Nova York, 7 jul (EFE).- O governo da Argentina reiterou nesta segunda-feira a Daniel Pollack, mediador na negociação para o pagamento a fundos especulativos, a necessidade de uma medida cautelar para que o país possa cumprir as obrigações com os credores de dívida reestruturada.
Em comunicado emitido ao fim da reunião do ministro da Economia argentino, Axel Kicillof, com Pollack em Nova York, o governo argentino assegurou que a decisão do juiz americano, Thomas Griesa, sobre o litígio com fundos especulativos, tornam o pagamento da dívida do país "de cumprimento impossível ".
A reunião de Kicillof e sua equipe com o mediador para chegar a um acordo antes da data limite (30 de julho) não foi tão determinante como se esperava apesar de suas mais de quatro horas de duração.
Tanto na chegada como na saída do escritório de Pollack no número 245 da Park Avenue, em Manhattan, o ministro argentino se negou a falar com a imprensa além do comunicado oficial.
Na nota, a Argentina também reitera "sua vontade de seguir dialogando para contemplar os interesses de 100% dos credores", já que o tribunal americano, aplicando a medida de pagamento simultâneo, bloqueou os depósitos do país aos credores que aceitaram as condições de reestruturação de dívida.
Segundo este comunicado, a medida cautelar seria necessária "já que o caso envolve não só os querelantes (fundos especulativos), mas também poderia se estender a todos aqueles bônus que não participaram das trocas e que dificultam a cobrança das trocas de 2005 e 2010".
Pollack, mediador designado por Griesa no litígio entabulado por fundos especulativos que reivindicam à Argentina o pagamento de US$1,5 bilhão, somados juros, expressou que, após ter se reunido com ambas as partes, considera que "as discussões foram francas, os principais temas foram identificados e as partes mostraram intenção de seguir com estes encontros".
Segundo a ordem do juiz Griesa, a Argentina teria que pagar os fundos em 30 de julho e, se isso acontecer, os detentores de bônus reestruturados estariam habilitadas a fazer exigências à Argentina, algo que aumentaria a dívida pública do país até aproximadamente US$120 bilhões.