Por Rodi Said
HUKOUMIYA, Síria (Reuters) - As Forças Democráticas da Síria (FDS), que têm apoio dos Estados Unidos, comunicaram nesta terça-feira que iniciaram uma batalha para capturar Raqqa, a capital de facto do Estado Islâmico na Síria, aumentando a pressão sobre os jihadistas, cujo califado autoproclamado em partes da Síria e do Iraque está diminuindo.
O porta-voz das FDS, Talal Silo, disse à Reuters que a operação começou na segunda-feira e que os combates serão "ferozes porque o Daesh (Estado Islâmico) irá morrer para defender sua assim chamada capital".
A ofensiva será simultânea às etapas finais do ataque auxiliado pelos EUA para recapturar a cidade iraquiana de Mosul do Estado Islâmico e vem na esteira de meses de avanços das FDS, que incluem milícias árabes e curdas, rumo ao norte, leste e oeste de Raqqa.
O Estado Islâmico capturou Raqqa de grupos rebeldes em 2014 e vem usando a cidade como base de operações para planejar ataques contra o Ocidente. Silo disse que a operação começou no norte, leste e oeste da cidade, que é delimitada ao sul pelo rio Eufrates.
"A coalizão tem um grande papel no sucesso das operações. Além dos aviões de guerra, há forças da coalizão trabalhando lado a lado com as FDS", disse Silo por telefone da região de fazendas de Hukoumiya, 10 quilômetros ao norte de Raqqa, onde mais tarde as FDS declararam o início do ataque.
Uma testemunha da Reuters no local conseguiu ouvir o som de um bombardeio intenso e de ataques aéreos ao longe.
O comandante da campanha de Raqqa, Rojda Felat, disse à Reuters que um ataque teve início no distrito de Al-Mushleb, nos arredores do sudeste da cidade, confirmando um relato anterior do Observatório Sírio dos Direitos Humanos.
O Observatório disse que as FDS capturaram alguns edifícios na área de Al-Mushleb e que também atacaram um acampamento militar, a Divisão 17, nas cercanias do norte de Raqqa. O grupo de monitoramento sediado no Reino Unido relatou ataques aéreos e de artilharia intensos.
As FDS, que incluem a milícia curda Unidades de Proteção Popular (YPG, na sigla em curdo), vêm cercando Raqqa desde novembro em uma ofensiva apoiada pela coalizão liderada pelos EUA, que também está combatendo o Estado Islâmico no Iraque.
A coalizão disse que se acredita que entre 3 mil e 4 mil combatentes do grupo extremista estejam entrincheirados na cidade de Raqqa, onde montaram defesas contra o ataque iminente.