(Reuters) - O setor manufatureiro dos Estados Unidos recuou em dezembro no maior ritmo em mais de uma década, com os volumes de pedidos caindo para uma mínima em quase 11 anos e o emprego nas fábricas diminuindo pelo quinto mês consecutivo, de acordo com um relatório do setor divulgado nesta sexta-feira.
O Instituto de Gestão do Fornecimento (ISM, na sigla em inglês) disse que seu índice de atividade manufatureira nacional caiu para 47,2 no mês passado, ante 48,1 em novembro. É a leitura mais baixa desde junho de 2009, frustrando expectativas de uma acomodação no ritmo de declínio de um setor afetado pela guerra comercial EUA-China.
Uma leitura acima de 50 indica expansão no setor manufatureiro e, abaixo de 50, contração. Economistas consultados pela Reuters esperavam que o índice tivesse leve alta a 49,0.
O setor manufatureiro esteve sob pressão durante grande parte do segundo semestre de 2019, com tarifas mútuas entre Washington e Pequim diminuindo o fluxo de mercadorias entre as duas maiores economias do mundo e contribuindo para um arrefecimento no ritmo do crescimento econômico global.
No mês passado, os dois lados anunciaram a fase 1 de um acordo que parece ter aliviado as tensões por enquanto, e Trump nesta semana disse que o acordo seria assinado em 15 de janeiro em Washington.
Ainda assim, o acordo parece ter sido alcançado tarde demais no mês para gerar a esperada reversão na desaceleração do setor industrial. Os principais subíndices de atividade do ISM registraram mínimas de vários anos no mês passado.
O índice de emprego do ISM caiu para 45,1 em dezembro, de 46,6 em novembro, menor leitura desde janeiro de 2016. E os novos pedidos caíram de 47,2 para 46,8, patamar mais baixo desde abril de 2009.
O índice de preços pagos, no entanto, registrou sua primeira leitura acima de 50 desde maio, passando de 46,7 em novembro para 51,7 em dezembro.
(Reportagem de Dan Burns)