SÃO PAULO (Reuters) - A economia brasileira registrou recuo em setembro mas ainda assim terminou o terceiro trimestre com expansão, voltando a mostrar crescimento trimestral após duas quedas seguidas, em uma recuperação principalmente após a greve dos caminhoneiros ter deprimido a atividade no período entre abril e junho.
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), apresentou contração de 0,09 por cento em setembro na comparação com o mês anterior, de acordo com dado dessazonalizado divulgado nesta sexta-feira pelo BC.
O resultado foi melhor que a expectativa em pesquisa da Reuters, de queda de 0,4 por cento, no primeiro desempenho negativo após três altas seguidas.
Com isso, o indicador fechou o terceiro trimestre com expansão de 1,74 por cento sobre os três meses anteriores, também em dado dessazonalizado, após contração de 0,15 por cento no primeiro trimestre e de 0,79 por cento no segundo, sendo que no período entre abril e junho houve forte pressão da greve dos caminhoneiros.
"Vemos os resultados dos distintos indicadores da atividade (no terceiro trimestre) tendendo claramente a positivos, em parte em resposta à base fraca do segundo trimestre", explicou o economista-chefe da Tullett Prebon Brasil, Fernando Miguel Monteiro, em nota.
"A favor deste último trimestre jogam as maiores confianças e distensão do pós-eleições", completou.
Na comparação com setembro de 2017, o IBC-Br registrou crescimento de 0,72 por cento e no acumulado em 12 meses teve alta de 1,45 por cento, segundo dados observados do BC.
Os indicadores de atividade em setembro mostraram que a economia apresentou desempenho fraco no fim do terceiro trimestre, em um período marcado por fortes incertezas antes da eleição presidencial de outubro.
A produção industrial registrou queda de 1,8 por cento sobre agosto, acima do esperado, enquanto as vendas no varejo sofreram contração de 1,3 por cento, no pior desempenho para o mês em 18 anos.
Já o setor de serviços teve recuo inesperado na comparação com agosto, de 0,3 por cento, na performance mais fraca para setembro em três anos.
A mais recente pesquisa Focus realizada pelo BC junto a economistas mostra que a expectativa é de um crescimento do PIB este ano de 1,36 por cento, acelerando a 2,5 por cento em 2019.
O IBGE divulga os dados do PIB do segundo trimestre no dia 30 de novembro.
(Por Camila Moreira; Edição de Marcela Ayres)