PEQUIM (Reuters) - A atividade industrial da China acelerou inesperadamente em dezembro, mostrou uma pesquisa oficial nesta sexta-feira, com analistas prevendo mais obstáculos econômicos no curto prazo e autoridades sendo pressionadas a oferecer medidas de apoio.
O Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) da manufatura subiu para 50,3, ante 50,1 em novembro, mostraram dados do órgão nacional de estatíticas (NBS).
Os analistas previam que o índice caísse ligeiramente para a marca dos 50 pontos, que separa o crescimento da contração.
A segunda maior economia do mundo perdeu fôlego desde meados do ano, após se recuperar da crise pandêmica em 2020, pressionada pela desaceleração do setor manufatureiro, problemas de dívida no mercado imobiliário, restrições relacionadas às emissões de carbono e pequenos surtos de Covid-19.
Em 2022, a China enfrentará dificuldades "sem precedentes" para estabilizar o comércio, alertou o vice-ministro do Comércio Ren Hongbin na véspera, à medida que a capacidade de produção em outros países exportadores se recupera dos problemas impostos pela Covid e compita com as exportações chinesas.
"Em janeiro, prevemos que o PMI de manufatura caia para 50,0 devido às medidas antipoluição mais rígidas do que o normal para as próximas Olimpíadas de Inverno, que começarão no início de fevereiro, e contração da demanda como resultado da crise do setor imobiliário e desaceleração do crescimento das exportações", escreveram os economistas do Nomura.
Dados do departamento de estatísticas mostraram que um subíndice de novos pedidos melhorou ligeiramente em dezembro, mas permaneceu em contração, com 49,7, ante 49,4 em novembro.
Os novos pedidos de exportação caíram ainda mais, com o subíndice chegando a 48,1 em comparação com 48,5 no mês anterior, indicando uma demanda frágil no exterior.
Um subíndice de produção permaneceu em território positivo em 51,4, mas foi inferior aos 52,0 de novembro.
(Reportagem de Ryan Woo e Gabriel Crossley)