Por Jonnelle Marte e Jason Lange
BALTIMORE/WASHINGTON (Reuters) - Importantes autoridades do Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) ofereceram um tom otimista sobre a economia nesta sexta-feira, confiança refletida na ata da última reunião de política monetária, que sinalizou urgência zero em oferecer estímulos adicionais após três cortes nas taxas de juros no ano passado.
Em uma série de aparições para abrir o novo ano, os dirigentes de vários bancos regionais do Fed apontaram um forte mercado de trabalho, gastos robustos do consumidor e otimismo com uma resolução das tensões comerciais que limitaram o crescimento no segundo semestre de 2019.
Mas eles também observaram que a mais longa expansão norte-americana já registrada ainda pode ser vítima de choques externos, como a dramática escalada desta semana de tensões entre os Estados Unidos e o Irã.
"A economia ainda está saudável. Estou encorajado pelos dados recentes de emprego e pelo ritmo dos gastos no fim do ano", com a rodada dos três cortes de juros no ano passado pelo Fed ajudando a impulsionar a demanda por casas, carros e outros itens caros, disse Thomas Barkin, presidente do Fed de Richmond.
Essa avaliação foi compartilhada pelo presidente do Fed de Chicago, Charles Evans. Em entrevista à CNBC, Evans previu que o crescimento econômico dos EUA neste ano seria de 2% a 2,25%, aproximadamente o ritmo de expansão no segundo semestre do ano passado.
Os dirigentes dos Feds de Cleveland e Dallas pareciam igualmente otimistas quanto às perspectivas.
Juntos, seus comentários são a indicação mais recente de que os formuladores de política monetária do BC dos EUA estão uniformemente satisfeitos com a ideia de que os três cortes nas taxas que fizeram em 2019 devem fornecer um amortecedor suficiente contra a série de riscos que os fizeram fornecer estímulos.
De fato, depois de um ano conturbado para o Fed, que viu votos divididos em cada um dos cortes nas taxas, as autoridades concordaram por unanimidade em sua reunião final de política monetária de 2019 em manter as taxas inalteradas.
Além disso, eles concordaram que as taxas provavelmente permanecerão estáveis por "um tempo" enquanto a economia permanecer no caminho certo, mostrou a ata da reunião de 10 e 11 de dezembro, divulgada nesta sexta-feira.
"Os participantes julgaram que seria apropriado manter a meta" para os juros, de acordo com a ata.
A reunião de dezembro sinalizou o fim de um ciclo de miniflexibilização a partir de julho, que reduziu a taxa de juros do Fed em 0,75 ponto percentual, para a faixa entre 1,50% e 1,75%. As projeções dos formuladores de política monetária divulgadas naquela reunião não prevêem alterações na taxa este ano.
"Sempre há a possibilidade de um 'ataque cardíaco' ou choque, talvez causado por riscos globais. Dadas as notícias de ontem, imagine uma escalada com o Irã ou, separadamente, um colapso nas economias internacionais", disse Barkin em discurso a banqueiros na Maryland Bankers Association, em Baltimore.