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Bancos veem fim do ciclo de alta de juros e esperam cortes para 2023

Publicado 04.08.2022, 12:33
Atualizado 04.08.2022, 12:40
© Reuters. Sede do Banco Central em Brasília
22/03/2022
REUTERS/Adriano Machado

Por José de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - A alta de juros promovida pelo Banco Central na noite de quarta-feira provavelmente encerrou um dos mais agressivos e longos ciclos de aperto da autoridade monetária, segundo departamentos econômicos de alguns bancos, enquanto o mercado espera alívio nas próximas leituras de inflação.

LEIA MAIS: Copom eleva Selic mais uma vez em 0,50 p.p.; mantém porta aberta para novas altas

De forma geral, analistas viram alguns sinais no comunicado do Copom indicando intenção de pausar o ciclo: a nova referência para o horizonte relevante para a política monetária --inflação projetada em 12 meses até o primeiro trimestre de 2024-- e a indicação de, em caso de nova alta, uma magnitude de 0,25 ponto como opção. A própria extensão do ciclo e seus potenciais efeitos sobre atividade também pesam em favor da tese da pausa.

"Sempre podemos ter informações diferentes na ata, mas a mensagem para nós é muito clara. O Banco Central do Brasil foi o primeiro a subir (entre importantes BCs) e provavelmente será o primeiro a parar esse processo de alta", disseram em relatório economistas do UBS BB, chefiados por Alexandre de Ázara.

O BC elevou a meta Selic em 0,50 ponto percentual na quarta-feira, para 13,75% ao ano, conforme esperado. A alta foi a décima segunda consecutiva e levou o juro ao maior patamar desde janeiro de 2017.

No comunicado, o colegiado do BC afirmou que "avaliará a necessidade de um ajuste residual, de menor magnitude", em setembro e explicou a ênfase à inflação acumulada em 12 meses no primeiro trimestre de 2024 por suavizar efeitos diretos das mudanças tributárias recentes ---que preveem cortes temporários de alguns impostos neste ano, mas nova alta em 2023.

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"A informação mais importante foi a mudança inesperada no horizonte relevante da política monetária", disse em relatório o economista-chefe do Citi, Leonardo Porto, que vê a medida como "dovish" --inclinado a parar o ciclo de alta de juros.

"Essa nova estratégia, aliada às prováveis leituras de deflação em julho e agosto (com potencial repercussão favorável nas expectativas de inflação) nos levam a manter nossa visão de que o Copom deverá interromper o atual ciclo de aperto na reunião de setembro, mantendo a taxa Selic em 13,75%", completou.

Em relatório intitulado "O(s) Último(s) Capítulo(s)", o superintendente de pesquisa macroeconômica do Santander Brasil (BVMF:SANB11), Mauricio Oreng, avaliou que o BCB "aparentemente" decidiu não reagir tão intensamente a riscos inflacionários adicionais vindos de uma nova rodada de estímulo fiscal, sinais de um mercado de trabalho em provável superaquecimento e maiores expectativas de inflação.

"Isso pode refletir a crença do BCB de que o que acabou sendo um dos ciclos de aperto mais intensos e rápidos nas últimas décadas poderia sugerir que uma dose suficiente de medicamento foi administrada, sem a necessidade de prescrever uma dosagem mais forte nesta fase", afirmou.

Até antes da decisão do Copom na véspera o Santander projetava novo acréscimo de 0,50 ponto no juro em setembro, que, agora, Oreng vê como "carta fora do baralho". Para manter "coerência" com o próprio cenário, o banco segue estimando uma alta adicional, mas agora menor, de 0,25 ponto, o que levaria a Selic a 14,00%.

"Mas os sinais recentes de uma tentativa de acomodação nas expectativas de inflação, provavelmente refletindo altos e baixos nos números de inflação de curto prazo (temporariamente sob a influência de cortes de impostos em preços voláteis), são possíveis indicadores de uma pausa que provavelmente acontecerá na reunião de política monetária do próximo mês", ponderou.

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Em relatório divulgado nesta manhã, o Bradesco (BVMF:BBDC4) também disse prever que a 13,75% a Selic já está em seu nível terminal, mesmo cenário do Bank of America (NYSE:BAC).

"A desaceleração do crescimento global e os efeitos defasados da intensa política monetária sustentam a visão de que há espaço para encerrar o ciclo de aperto agora, disse David Beker, chefe de economia e estratégia do BofA para Brasil.

LEIA MAIS - Selic: Os Riscos que o Copom Não Está Vendo

CORTE DE JUROS?

Beker estima corte da Selic ao longo de 2023, para 10,50%. Ázara, do UBS BB (BVMF:BBAS3), manteve após a decisão do Copom cenário em que o BC engata quatro cortes de 1 ponto percentual cada e um de 0,50 ponto durante o próximo ano, conduzindo a Selic para 9,25%.

A taxa seguiria em queda em 2024, com três cortes seguidos de 0,50 ponto cada derrubando o juro básico para 7,75%, em que finalizaria aquele ano.

Ázara calcula que a interpolação trimestral das metas de inflação do fim de 2023 (3,25%) e fim de 2024 (3,0%) resulta em uma meta de 3,19% para o primeiro trimestre de 2024.

"Mas como eles (Copom) mencionaram uma estratégia 'em torno da meta', nos parece claro que eles têm como meta 3,4%-3,5% para esse trimestre. Este desvio corrobora a flexibilização a partir de meados de 2023", disse o economista do UBS BB.

Segundo dados mais recentes do relatório Focus do BC, que compila projeções do mercado, a mediana das expectativas de analistas é que o BC comece a cortar os juros em junho do ano que vem, quando a Selic iria de 13,75% para 13,50%. O movimento seria seguido por mais quatro reduções, levando a taxa a 11% até o fim do ano. Os dados abarcam projeções feitas até a sexta-feira anterior ao Copom.

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A curva de juros na B3 (BVMF:B3SA3) embutia chances de alívio monetário já em fevereiro de 2023, com probabilidade maior de corte de juro em março.

Últimos comentários

Juros Reais nas alturas! Trabalhar pra quê?
Avisa o mercado então, construtoras Cyre3 com alta de +10%, acreditam que os juros vão começar a cair facilitando a construção civil, a criação de empregos e por consequência o PIB, juros futuros para 2033 com queda de 2%. Pra quem dificuldade de enxergar a realidade bom momento para uma reflexão profunda e auto crítica. Juros PRaticados em QUEDA FORTE BROTHER.
Os Bancos ganharam muito dinheiro na pandemia, agora vão mandar muitos para a rua. esse são os Banqueiros rs
CSLL aumento que era temporáriao até o momento continua, deve,se voltar somente em 2023, 2024.
lucro e cotação estagnado a anos, crescimento orgânico, pressão das techs os quais fundadores e PV equity encheram o bolso de $ aproveitando a onda do financial deeping com IPOs, comissões e especulação esticando os ativos no último, coisa que esta sendo revertido e não volta no curto medio prazo, se voltar. veja a queda da brisanet desde IPO. Quem comprou OI já sabia dos riscos e sabe qual a relação risco retorno se a coisa dar (e tende a dar para os pacientes) certo, agora engolir um queda como essa.
 inflação pra ano que vem previsão de 7%.....acho que a Selic ficará nuns 8-9%
o fim do começo
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