O presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, afirmou nesta 3ª feira (29.out.2024) que a desancoragem das expectativas para a inflação “preocupa muito” a autoridade monetária do país. Segundo ele, o Banco Central iniciou um processo para corrigir esse movimento.
“Aqui a gente vê as expectativas de inflação bastante desancoradas, tanto na parte das pesquisas de inflação quanto na parte do mercado, isso preocupa muito o Banco Central porque o modelo de metas é baseado em expectativas”, declarou Campos Neto durante participação no evento Lide Brazil Conference London, organizado pelo grupo Lide e transmitido pelo jornal Folha de S. Paulo.
De acordo com o presidente da autoridade monetária, o BC tenta ajustar o movimento levando em conta também fatores como a aceleração da economia e a mão de obra “muito apertada”.
Na 2ª feira (28.out), Campos Neto afirmou que os últimos dados de inflação “vieram mistos” e que os preços relacionados ao setor de serviços seguem em alta, o que dificulta mantê-la na meta. Na sua visão, houve convergência em determinado momento, mas depois estagnou.
INFLAÇÃO ACIMA DO TETO
Os analistas do mercado financeiro aumentaram a estimativa da inflação de 2024 para 4,55%, ante a projeção de 4,50% da semana anterior.
A nova estimativa supera o intervalo de tolerância estipulado pelo BC em 4,5%. A meta da inflação para o ano é de 3%, com uma tolerância de 1,5% para cima ou para baixo.
Os analistas medem a inflação pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). As projeções são do Boletim Focus, divulgado na 2ª feira (28.out) pelo BC. Eis a íntegra do relatório (PDF – 780 kB).