Diante do impacto da guerra na Ucrânia sobre os preços de petróleo, com alta volatilidade recente, e de seus efeitos sobre as projeções de inflação, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu criar um cenário alternativo para os preços de petróleo e a inflação prospectiva. Nesse cenário, considerado de maior probabilidade, segundo o BC, as projeções do Copom para a inflação prospectiva são menores do que no cenário de referência.
Normalmente, o BC usa, para calcular suas expectativas de inflação, um valor para o barril do petróleo em dólares em torno da média das cotações da última semana anterior ao Copom, acrescida de variação de 2% ao ano a partir de então.
No cenário alternativo, a premissa adotada é de que o preço do petróleo segue aproximadamente a curva futura de mercado até o fim de 2022, terminando o ano em US$ 100/barril e passando a aumentar 2% ao ano a partir de janeiro de 2023.
No cenário alternativo, as projeções do Copom para inflação situam-se em 6,3% para 2022 e 3,1% para 2023, abaixo das projeções no cenário de referência, que usa a Selic do Boletim Focus e o câmbio variando conforme a Paridade do Poder de Compra. No cenário de referências, as projeções são de 7,1% para 2022 e 3,4% para 2023.
"Diante da volatilidade recente e do impacto sobre as projeções de inflação de sua hipótese usual para o preço do petróleo em USD**, o Comitê decidiu adotar também, neste momento, um cenário alternativo. Nesse cenário, considerado de maior probabilidade, adota-se a premissa na qual o preço do petróleo segue aproximadamente a curva futura de mercado até o fim de 2022, terminando o ano em US$100/barril e passando a aumentar dois por cento ao ano a partir de janeiro de 2023. Nesse cenário, as projeções de inflação do Copom situam-se em 6,3% para 2022 e 3,1% para 2023", disse o Copom.
Nesta quarta-feira, o Copom elevou a Selic em 1ponto porcentual, de 10,75% para 11,75% ao ano.
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