Por Leika Kihara e Daniel Leussink
TÓQUIO (Reuters) - O banco central do Japão deixou inalterada a política monetária nesta quinta-feira como esperado, mas deu o mais forte sinal até agora de que pode cortar a taxa de juros no futuro próximo, destacando sua preocupação de que os riscos externos possam afetar a frágil recuperação econômica.
O presidente do Banco do Japão, Haruhiko Kuroda, disse que o banco central ainda tem espaço para adotar taxas em território negativo ainda mais profundo para impedir que as incertezas globais prejudiquem a terceira maior economia do mundo.
"A chance de a economia perder força para afetar nossa meta de preços (inflação) não aumentou. Mas precisamos avaliar os acontecimentos conforme as incertezas internacionais aumentam", disse Kuroda.
"Ainda é possível que o Banco do Japão aprofunde os juros negativos", disse ele em entrevista à imprensa após a reunião de política monetária, acrescentando que os custos de fazer isso não vão impedi-lo de adotar juros no curto prazo além dos atuais -0,1%.
A decisão foi tomada horas depois de o Federal Reserve reduzir os juros de novo nos Estados Unidos, mas sinalizar uma pausa em mais cortes a menos que a economia piore.
O Banco do Japão manteve sua meta de juros de curto prazo em -0,1% e para o rendimento do título de 10 anos em 0%.
Mas modificou a orientação futura para indicar mais claramente sua prontidão para cortar os juros se necessário.
"O Banco do Japão espera que os juros de curto e longo de prazo permaneçam nos níveis atuais ou mais baixos o quanto for necessário para prestar atenção à possibilidade de que a força para alcançar sua meta de preços seja perdida", disse o banco central em comunicado.
Antes, a linguagem anterior se comprometia em "manter os juros ultrabaixos por um período prolongado de tempo, ao menos até a primavera de 2020."