Por Leika Kihara e Tetsushi Kajimoto
TÓQUIO (Reuters) - O banco central do Japão evitou aumentar o estímulo nesta terça-feira mas comprometeu-se em fazer isso "sem hesitação" se a desaceleração global prejudicar a recuperação econômica do país.
As crescentes consequências da guerra comercial entre Estados Unidos e China levaram os principais bancos centrais a sinalizarem mais afrouxamento monetário e isso colocou pressão sobre o Banco do Japão, que tem bem menos munição para lidar com uma contração significativa.
O presidente do banco central japonês, Haruhiko Kuroda, disse que o Banco do Japão fortaleceu seu compromisso em agir de forma preventiva contra os riscos à economia, já que políticas protecionistas e tensões comerciais estão adiando a esperada recuperação do crescimento global.
"Eu não acho que o Japão perdeu a força para atingir a meta de preço do Banco do Japão, ou que exista um risco iminente de isso acontecer", disse Kuroda em entrevista à imprensa.
"Mas os riscos externos estão aumentando. Se isso se prolongar, pode aumentar os riscos para o Japão e ameaçar a força econômica para atingir nossa meta de preços. Se isso acontecer, vamos afrouxar a política monetária sem hesitação."
Como esperado, o Banco do Japão manteve a meta de juros de curto prazo em -0,1% e a promessa de guiar os rendimentos dos títulos de 10 anos do governo em torno de 0%.
Também manteve sua orientação futura, comprometendo-se a manter os juros nos atuais níveis ultrabaixos ao menos até a primavera de 2020.