Por Leika Kihara
TÓQUIO (Reuters) - O banco central do Japão deve projetar na próxima semana que a inflação do país permanecerá abaixo da meta de 2 por cento até o ano fiscal que termina em março de 2022, dizem fontes, um sinal de que seu estímulo não será retirado em um futuro próximo.
A estimativa destaca o dilema que o Banco do Japão enfrenta uma vez que a inflação fraca o força a manter sua política monetária ultrafrouxa, mesmo que anos de taxa de juros perto de zero prejudiquem as instituições financeiras.
Em projeções trimestrais a serem divulgadas na próxima semana, o banco central pode cortar ligeiramente suas previsões de crescimento e preços para o ano fiscal atual que termina em março de 2020, devido a obstáculos provenientes da desaceleração do crescimento externo, disseram fontes familiarizadas com a questão.
Pela primeira vez, o Banco do Japão vai também divulgar as projeções para o ano fiscal de 2021, estimando que a inflação ficará acima de 1,5 por cento mas abaixo da meta de 2 por cento, disseram as fontes sob condição de anonimato.
"A inflação está se mantendo mas não está acelerando muito também", disse uma fonte. "A inflação vai gradualmente avançar para 2 por cento, mas o ritmo será na melhor das hipóteses moderado."
Com a meta de inflação de 2 por cento longe, o banco central japonês vai se juntar a outros bancos centrais que estão sendo forçados a adiar os planos de acabar com as políticas da época da crise devido à inflação fraca e a crescentes sinais de desaceleração econômica global.