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BC vê inflação cedendo só no fim de 2016, analistas projetam nova alta nos juros

Publicado 07.05.2015, 11:04
© Reuters. Sede do Banco Central, em Brasília
BARC
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Por Marcela Ayres

BRASÍLIA (Reuters) - O Banco Central afirmou que decisões futuras de política monetária serão tomadas para assegurar a convergência da inflação para a meta de 4,5 por cento ao final de 2016, e não mais ao longo do ano que vem, em mudança de tom na ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) que sugere, na visão de analistas, um novo aperto nos juros pela frente.

No texto divulgado nesta quinta-feira, a autoridade monetária assinalou que tem se fortalecido o cenário de arrefecimento da alta dos preços no próximo ano, mas que os avanços obtidos no combate à inflação ainda não se mostram suficientes.

"Nesse contexto, o Copom reafirma que a política monetária deve manter-se vigilante", trouxe a ata.

Diante da mensagem, o diretor-presidente da Sobeet, Luís Afonso Lima, prevê mais uma alta 0,5 ponto percentual na Selic na próxima reunião do Copom, no início de junho, com o opinião de que a porta para esse movimento não está aberta, mas "escancarada".

"Diante dessa ata fica claro que o ajuste não terminou", disse. "O principal argumento de quem estava dizendo que a taxa poderia parar de subir era de que a atividade está tão fraca, tão fraca que, portanto, a inflação poderia desacelerar. O próprio Banco Central está jogando por terra esse argumento: ele comenta que o consumo esta em níveis moderados e não fracos."

Na semana passada, o BC manteve o ritmo de aperto monetário e elevou novamente a taxa básica de juros Selic em 0,5 ponto percentual, chegando a 13,25 por cento ao ano, apesar das perspectivas de retração da economia.

Na ata do Copom desta quinta-feira, o BC repetiu que a demanda agregada tende a se apresentar moderada no horizonte relevante para a política monetária, diante de fatores como a estabilização do consumo das famílias, concessão de serviços públicos e ampliação da renda agrícola.

O BC também sinalizou maior pressão inflacionária em 2015 ao reajustar para cima a estimativa de avanço nos preços administrados para 11,8 por cento no ano, ante 10,7 por cento anteriormente, passando a ver uma alta de 9,8 por cento na gasolina, contra 8 por cento indicado na última ata.

Para a energia elétrica, que vem exercendo forte influência sobre a escalada de preços, o BC manteve a projeção de alta de 38,3 por cento no ano.

O BC também piorou ligeiramente a perspectiva para os preços administrados em 2016, passando a ver alta de 5,3 por cento contra patamar de 5,2 por cento considerado em reunião do comitê em março.

"Se atividade está baixa e inflação não converge, tem que continuar subindo os juros. Acho que hoje o mercado pode começar a entender que é pra valer o ajuste do Banco Central", afirmou o economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito, também enxergando elevação de 0,5 ponto percentual na Selic em junho.

Em nota, o economista do Barclays (LONDON:BARC) Bruno Rovai apontou que a ata veio com uma mensagem mais na direção da alta de juros do que o esperado, com o BC sinalizando preocupação com a trajetória da inflação e minimizando a deterioração dos dados de atividade observados até agora.

"A questão é se o aumento será 0,25 ou 0,5 ponto percentual. A partir da ata, as duas opções são válidas. No entanto, considerando a possibilidade de uma surpresa negativa para o Copom na frente de crescimento econômico antes da próxima reunião, acreditamos que a probabilidade de um aumento de 0,25 ponto percentual é maior", disse.

Autoridades do BC já vinham dizendo que consideravam factível a convergência da inflação para o centro da meta, de 4,5 por cento, no fim de 2016 e não ao longo do ano.

© Reuters. Sede do Banco Central, em Brasília

Por ora, os preços seguem em trajetória ascendente, apesar do aperto monetário iniciado em outubro do ano passado. Em março, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acelerou a alta a 1,32 por cento e alcançou em 12 meses o nível de 8,13 por cento.

O IPCA de abril será divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira e a expectativa, segundo pesquisa Reuters, é que o dado mostre desaceleração na inflação mensal, mas avanço no acumulado em 12 meses.

Para o ano, economistas preveem IPCA de 8,26 por cento, conforme pesquisa Focus do BC divulgada segunda-feira.

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