Por Balazs Koranyi e John O'Donnell
FRANKFURT (Reuters) - O Banco Central Europeu (BCE) cortou uma de suas taxas de juros e anunciou a extensão de suas compras mensais de ativos, mas o euro subia com os mercados financeiros sinalizando estar esperando ainda mais estímulos.
O presidente do BCE, Mario Draghi, disse que o banco não vai apenas incluir dívidas locais e regionais denominadas em euro nas suas compras, mas também vai procurar reinvestir os ganhos do programa.
"Isso vai contribuir tanto para favorecer as condições de liquidez, como para atitude de política monetária apropriada", disse Draghi em coletiva de imprensa, sem dizer em quanto poderia acrescentar às compras gerais que, atualmente, alcançam a casa dos 60 bilhões de euros por mês.
Ele disse que o BCE não aumentou seu programa mensal de compra de ativos porque a extensão do esquema e o reinvestimento dos rendimentos foram considerados o suficiente.
"Nosso programa de compra de ativos é flexível. Ele pode sempre ser ajustado. Nós decidimos que a extensão do nosso horizonte e especialmente o reinvestimento do capital serão suficiente", disse.
Draghi também falou que o programa de compra de ativos vai continuar "até o fim de março de 2017 ou além, se necessário", acrescentou, ressaltando que a prioridade do banco central é atingir a meta de médio prazo de inflação em pouco menos de dois por cento. Antes, previa-se que o programa iria até setembro de 2016.
Mais cedo o banco cortou sua taxa de depósito para -0,30 por cento, ante -0,20 por cento, cobrando efetivamente mais dos bancos por deixarem dinheiro com o banco central, e revertendo sua orientação anterior de que as taxas haviam atingido o limite mais baixo.
Mas o euro atingiu a máxima de quatro semanas, a 1,0894 dólar, com mais de 2 por cento de alta durante o dia, e o índice europeu FTSEurofirst 300 caía em um sinal de que os mercados financeiros esperavam que Draghi providenciasse ainda mais estímulos.
(Reportagem adicional de Francesco Canepa)