BCE deve ser prudente com cortes nos juros devido à incerteza alta, dizem autoridades

Publicado 15.01.2025, 08:26
Atualizado 15.01.2025, 08:30
© Reuters. Vista da sede do Banco Central Europeu, em Frankfurt, na Alemanhan18/07/2024nREUTERS/Jana Rodenbusch

FRANKFURT (Reuters) - O Banco Central Europeu deve continuar afrouxando a política monetária neste ano, mas precisa ser cauteloso, pois as incertezas excepcionais, desde uma possível guerra comercial global até a política interna, obscurecem as perspectivas, disseram duas autoridades da instituição nesta quarta-feira.

O BCE reduziu a taxa de juros quatro vezes no ano passado e os investidores preveem mais três ou quatro movimentos em 2025, uma vez que a inflação, atualmente em 2,4%, pode se aproximar de sua meta de 2% nos próximos meses, apesar das oscilações na economia mundial.

Isso pode muito bem justificar novos cortes nos juros, mas o banco ainda não está em posição de fazer uma promessa, disse Philip Lane, economista-chefe do BCE.

"Do nosso ponto de vista, dizer que é aqui que achamos que será a trajetória da taxa de juros transmite uma sensação de certeza que não sentimos", disse Lane em Hong Kong.

Luis de Guindos, o vice-presidente do BCE, por sua vez, foi um pouco mais contundente.

"Se os próximos dados confirmarem nossa linha de base, a trajetória da política é clara, e esperamos continuar reduzindo ainda mais a restritividade da política monetária", disse De Guindos em Madri.

No entanto, ele também deixou claro que o nível de incerteza é excepcional, justificando a prudência.

"As perspectivas são obscurecidas por uma incerteza ainda maior, impulsionada por possíveis atritos comerciais globais, fragmentação macroeconômica, tensões geopolíticas e preocupações com a política fiscal na zona do euro", disse ele.

Ainda assim, Lane permanece otimista com relação à inflação, o foco principal do banco, argumentando que existem condições para que as pressões dos preços diminuam ainda mais, conforme previsto na linha de base citada por De Guindos.

Ele argumentou que a inflação de serviços, o maior item individual da cesta de preços ao consumidor, provavelmente desacelerará rapidamente no curto prazo, já que o crescimento dos salários está diminuindo e as empresas também estão observando pressões de custo menores.

"Acreditamos que a inflação de serviços cairá um pouco nos próximos meses", disse Lane.

Em relação ao crescimento econômico, tanto De Guindos quanto Lane pareceram cautelosos, mas disseram que as condições para uma recuperação estão presentes, mesmo que os atritos comerciais apresentem um risco negativo.

(Por Balazs Koranyi)

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