Após cortar juros na semana passada, o Banco Central Europeu (BCE) deve pular a reunião de outubro e esperar até dezembro para potencialmente voltar a afrouxar a política monetária, defendeu nesta segunda-feira, 16, o dirigente da instituição Peter Kazimir em publicação no site do BC da Eslováquia, do qual é presidente.
No artigo, Kazimir argumentou que a redução das taxas na última quinta-feira foi "apropriada", mas não significa que o ajuste será repetido nas próximas reuniões. O dirigente se disse "aberto" a todas as opções. "No entanto, no meu ponto de vista, ainda há maior risco de que inflação ficará mais alta no médio prazo do que presumimos atualmente", disse.
Para Kazimir, o BCE não deve receber muitas informações relevantes antes do próximo encontro para justificar uma tesourada dos juros. "Nós provavelmente teremos que esperar até dezembro. Lá, ficará mais claro o que nos espera no futuro", argumentou.
O dirigente destacou que o processo de relaxamento monetário deve ocorrer de maneira cautelosa, uma vez que há sinais de persistente inflação no setor de serviços. Na visão dele, os cortes de juros não são uma "solução mágica" para a fraqueza econômica da zona do euro. "Sim, é claro que irá ajudar a economia, mas as causas dos problemas da economia europeia residem em outro lado e são mais profundas", disse.