LONDRES (Reuters) - A economia da zona do euro continua em curso para que o Banco Central Europeu reduza os estímulos em mais um passo no final do ano, mas a normalização não será mais rápida do que a prevista em junho, disse o economista-chefe do BCE, Peter Praet, nesta terça-feira.
Excluindo a especulação de mercado de que um comentário recente do presidente do BCE, Mario Draghi, previa uma normalização mais rápida, Praet disse que o processo será longo e lento, porque a atual trajetória de inflação é baseada no apoio substancial do BCE.
"Não havia nada de novo", disse Praet em uma conferência em Londres, referindo-se ao discurso de Draghi. "Claramente, vemos progressos nos subjacentes (preços), o que está por trás do processo de inflação. Mas é um processo longo e condicionado a condições monetárias muito fáceis."
Falando ao Parlamento Europeu na segunda-feira, Draghi previu uma recuperação "relativamente vigorosa" da inflação subjacente. O euro se fortaleceu e a rentabilidade dos títulos subiu, à medida que os investidores tentavam interpretar seus comentários.
Mas Praet rejeitou a ideia de que havia uma mensagem na escolha das palavras e argumentou que a reação do mercado era injustificada.
Os comentários também parecem rejeitar um recente argumento do presidente do banco central austríaco, Ewald Nowotny, de que o BCE poderia acelerar o aperto de política.
Praet disse que o maior risco para as perspectivas é um "acidente de crescimento" ou uma queda inesperada na expansão do bloco, o que poderia atenuar as perspectivas de inflação.
A maior parte desse risco decorre de fatores externos, incluindo o protecionismo e uma desaceleração nos mercados emergentes, argumentou Praet. Fundamentos domésticos parecem robustos, disse ele.
(Por Balazs Koranyi)