SÃO PAULO (Reuters) - O Bank of America (NYSE:BAC) (SA:BOAC34) aumentou de forma expressiva suas estimativas para a alta do IPCA neste ano e no próximo, a 8,0% e 4,5%, respectivamente, dizendo que isso se justifica por surpresas recentes para cima nas leituras do índice e pressões contínuas de inflação.
A revisão do banco norte-americano veio após a notícia de que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 1,62% no mês passado, maior taxa para março desde o início do Plano Real. Em 12 meses, o índice teve alta de 11,30%. As leituras vieram muito acima da expectativa de analistas consultados pela Reuters, de alta de 1,30% em março e de 10,98% em 12 meses.
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Há apenas um mês, o BofA esperava que o IPCA subiria 6,5% em 2022 e 4,0% em 2023, estimativas que já superavam as metas oficiais para os períodos. Os objetivos de inflação perseguidos pelo Banco Central são de 3,50% para este ano e de 3,25% para o próximo, com margem de tolerância de 1,50 ponto percentual para mais ou menos.
Em relatório desta sexta-feira, o BofA disse esperar que a inflação atinja o pico deste ano em abril, com alta de 11,5% em 12 meses. Em cenário anterior, o banco também esperava que a taxa chegaria a seu ápice neste mês, mas a 11,7%.
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"O governo anunciou que a bandeira tarifária de energia será substituída pela 'verde', o que deve trazer algum alívio no curto prazo", avaliou David Beker, chefe de economia no Brasil e de estratégia para América Latina do BofA.
Ainda assim, o cenário geral de inflação pressionada "corrobora nossa visão de que o Banco Central do Brasil não será capaz de interromper o ciclo de aperto monetário em maio", conforme indicado recentemente pela autarquia, que planeja ajustar a Selic em 1 ponto percentual no mês que vem. A taxa está atualmente em 11,75%.
O BofA manteve cenário anterior de que os juros básicos chegarão a 13,25% em junho deste ano, mas disse que os riscos estão inclinados para cima.
(Por Luana Maria Benedito)