SÃO PAULO (Reuters) - O Banco Bradesco (SA:BBDC4) revisou suas projeções para a inflação em 2019, a 4 por cento, de 4,25 por cento, e também para a taxa Selic, para 7,25 por cento, de 8 por cento, ao prever uma inércia inflacionária mais baixa, ociosidade se reduzindo de forma gradual e preços do petróleo com sinais mais favoráveis, em ambiente de ociosidade ainda elevada.
Segundo a instituição, o mercado formal de trabalho continua se recuperando e a taxa de desemprego mostra queda gradual, mas ainda em um ambiente sem pressão salarial, combinação que mantém o cenário de inflação benigno e permite um maior período de avaliação para o Banco Central.
"Com a melhora do balanço de risco do cenário de inflação, a manutenção da expectativa do endereçamento de reformas fiscais estruturantes de forma célere e a ociosidade dos fatores ainda presente durante um bom período do próximo ano, vislumbramos como mais provável o início da normalização de juros no final do terceiro trimestre, em passos de 0,25 p.p., com a Selic atingindo 7,25 por cento ao final do próximo ano", escreveram em relatório os economistas da instituição, chefiados pelo diretor de pesquisas e estudos econômicos, Fernando Honorato Barbosa.
Eles acrescentaram que se as reformas avançarem "de forma célere ou ao menos consistente" é possível haver surpresa no seu cenário-base, uma vez que isso se traduzirá em "surpresas positivas com crescimento, queda do risco país, apreciação da moeda e queda dos juros longos".
A equipe chamou a atenção também para a perda de dinamismo na economia internacional como mostram dados de comércio, produção industrial, confiança, empresários e consumidores.
A inflação oficial deve terminar este ano a 3,80 por cento neste ano e o PIB avançaria 1,1 por cento em 2018, antes de acelerar para um ritmo de 2,8 por cento no próximo ano, segundo o relatório.
Nas últimas semanas, o mercado vem revisando para baixo a previsão de inflação neste e nos próximos anos, segundo a pesquisa semanal Focus, realizada semanalmente pelo Banco Central. Segundo a mediana das expectativas, o IPCA vai terminar este ano a 3,89 por cento e 4,11 por cento no ano que vem.
(Por Claudia Violante)