Por Marcela Ayres
BRASÍLIA (Reuters) - O Brasil registrou fechamento líquido de 43.196 vagas formais de emprego em março, num resultado negativo que contrariou expectativas e foi puxado pela fraqueza no comércio, informou o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado nesta quarta-feira pelo Ministério da Economia.
Em pesquisa da Reuters, a expectativa era de abertura de 79 mil postos no mês. O desempenho também representou uma piora ante o obtido no mesmo mês do ano passado, quando foram criadas 56.151 vagas.
Em nota, o ministério da Economia justificou que o mês foi afetado por uma antecipação ocorrida em fevereiro, quando os dados surpreenderam positivamente.
"Os setores que normalmente admitiam nesta época do ano anteciparam as contratações para fevereiro, e aqueles que demitiam concentraram as demissões em março. O fato provocou tendências opostas entre os meses", disse.
Dos oito setores pesquisados pelo Caged, o comércio respondeu pela pior performance em março, com fechamento de 28.803 vagas. Outros quatro setores ficaram no negativo, com destaque para agropecuária (-9.545 postos) e construção civil (-7.781)
No acumulado do primeiro trimestre, foram abertos 164,2 mil empregos, na série sem ajustes, abaixo dos 195,2 mil postos de igual período do ano passado.
Em coletiva de imprensa, o secretário do Trabalho, Bruno Silva Dalcomo, afirmou que a retomada "ainda tímida" da criação de vagas está no mesmo ritmo da economia, de uma maneira geral.
"O país está um pouco aguardando as definições sobre a nova Previdência. A saúde financeira do país depende da aprovação da nova Previdencia e, lógico, os investimentos estão sendo represados", avaliou.
Com a economia em ritmo lento de retomada e com as dispensas das vagas temporárias de fim de ano, a taxa de desemprego no Brasil subiu a 12,4 por cento no trimestre encerrado em fevereiro, conforme dados mais recentes divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Refletindo o cenário de fraqueza econômica, o número de desempregados no período cresceu a 13,098 milhões de brasileiros.
(Por Marcela Ayres)