BRASÍLIA (Reuters) - A balança comercial brasileira registrou superávit de 4,140 bilhões de dólares em agosto, melhor resultado para o mês desde 2006 (4,555 bilhões de dólares) em meio ao declínio das importações, informou nesta quinta-feira o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC).
O resultado, contudo, veio ligeiramente abaixo da expectativa de saldo positivo em 4,2 bilhões de dólares no mês passado, segundo pesquisa Reuters.
Mais uma vez o desempenho foi beneficiado pela recessão econômica e pelo dólar em patamar mais alto, que vêm fazendo as importações caírem de maneira acentuada.
Em agosto, as importações recuaram 8,3 por cento sobre um ano antes, pela média diária, a 12,849 bilhões de dólares, enquanto as exportações tiveram alta modesta de 0,2 por cento na mesma base, alcançando 16,989 bilhões de dólares.
Na comparação com o mesmo mês do ano passado, as exportações subiram em semimanufaturados (+13,6 por cento), com destaque para açúcar em bruto (+72,2 por cento), e na categoria de manufaturados (+7,6 por cento), na qual os destaques foram aviões (+102,3 por cento) e automóveis de passageiros (+66,2 por cento).
Apenas os embarques de produtos básicos caíram ante agosto de 2015, com recuo de 9,8 por cento. Isso ocorreu diante da queda nas exportações de produtos importantes para a pauta comercial, como soja em grão (-27,6 por cento) e petróleo em bruto (-13,8 por cento).
Já as importações sofreram contração em todas as categorias em agosto, puxada por bens de capital (-31,0 por cento). Também caíram as compras de combustíveis e lubrificantes (-15,1 por cento), bens de consumo (-13,5 por cento) e bens intermediários (-0,5 por cento).
No acumulado do ano até agosto, o superávit da balança comercial chegou a 32,370 bilhões de dólares, melhor resultado para o período da série iniciada em 1989.
O Ministério estima que no ano o superávit ficará entre 45 bilhões a 50 bilhões de dólares.
(Por Marcela Ayres)