Por Marcela Ayres
BRASÍLIA (Reuters) - O Brasil teve superávit comercial de 5,5 bilhões de dólares em outubro, abaixo do esperado pelo mercado, mas novamente alavancado pela retração expressiva na ponta das importações, divulgou o Ministério da Economia nesta terça-feira. Em pesquisa Reuters com analistas, a expectativa era de um superávit de 6,1 bilhões de dólares.
Embora o saldo positivo tenha mais do que dobrado em relação ao mesmo mês do ano passado, quando foi de 2,5 bilhões de dólares, ele ficou abaixo do superávit de 5,8 bilhões de dólares registrado em outubro de 2018.
O dado, mais uma vez, foi obtido em meio ao tombo nas importações, dando prosseguimento a uma tônica vista há meses diante da fraqueza econômica com a pandemia de coronavírus e do patamar mais alto do dólar frente ao real.
Pela média diária, as compras de produtos importados caíram 20% sobre outubro do ano passado, a 12,4 bilhões de dólares, com decréscimo de 44,6% na indústria extrativa e de 19,5% na indústria de transformação. Na agropecuária, contudo, as importações subiram 3% no mês.
Já as exportações ficaram praticamente estáveis, com alta de 0,3% na mesma base de comparação, a um total de 17,9 bilhões de dólares. Nesse caso, houve retração de 20,6% nas vendas de produtos agropecuários para fora, enquanto as exportações da indústria extrativa e da indústria de transformação subiram, respectivamente, 7,2% e 4,7%.
De janeiro a outubro, o superávit acumulado das trocas comerciais foi de 47,7 bilhões de dólares, alta de 25,5% sobre igual período do ano passado, sempre pela média diária.
Para o ano, a perspectiva do Ministério da Economia é de um superávit de 55 bilhões de dólares, frente a 48,1 bilhões de dólares em 2019.