Brasil tem superávit comercial de US$8,2 bi em abril, recuo de 3,3% com importação mais forte

Publicado 07.05.2025, 15:05
Atualizado 07.05.2025, 16:20
© Reuters. Imagem de drone mostra conteineres no Porto de Santos, em Santos (SP)n03/04/2025nREUTERS/Amanda Perobelli

BRASÍLIA (Reuters) - A balança comercial brasileira registrou um superávit de US$8,153 bilhões em abril, um recuo de 3,3% sobre o saldo apurado no mesmo mês do ano passado, sob influência de uma importação mais forte, informou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) nesta quarta-feira. O saldo veio ligeiramente abaixo das expectativas de economistas consultados pela Reuters, que previam superávit de US$8,296 bilhões para o mês. As exportações somaram US$30,409 bilhões no mês, uma alta de 0,3% em relação a abril de 2024. As importações, por sua vez, cresceram 1,6%, totalizando US$22,256 bilhões. Tanto importações quanto exportações fecharam abril em nível recorde para meses equivalentes.

Segundo o Mdic, houve no mês um aumento de 0,8% no preço médio dos itens vendidos ao exterior em comparação com abril de 2024, enquanto os volumes exportados tiveram queda de 0,5%.

No recorte por setores, houve alta de 2,4% no valor das exportações da indústria de transformação, puxado pelas vendas de veículos e carne bovina. O valor dos embarques da agropecuária teve queda de 0,7%, com recuo na venda de soja, e as exportações da indústria extrativa caíram 3,8%, registrando perdas em óleos brutos de petróleo e minério de ferro.

No caso das importações, o preço médio dos produtos caiu 2,9%, mas o volume importado cresceu 4,4%.

"Observamos que a atividade econômica continuou crescendo no Brasil, com expansão da produção industrial e agrícola, demandando mais bens importados", disse o diretor de Estatísticas e Estudos de Comércio Exterior, Herlon Brandão.

Ele destacou que os bens de capital, como máquinas e equipamentos, puxaram a alta nas importações no mês, com crescimento de 7,6% na comparação com abril de 2024.

TARIFAS

No primeiro mês de entrada em vigor das novas tarifas de importação dos Estados Unidos sob a presidência de Donald Trump, as exportações brasileiras para o país norte-americano cresceram 21,9% em abril contra o mesmo mês de 2024.

“Pode ter sido um movimento de antecipação de compra pelos importadores nos Estados Unidos dado o cenário de incerteza e possibilidade de aumentos (de tarifas) e retaliações... É natural que os agentes tentem se precaver e comprar mais, estocar”, disse Brandão.

No chamado "Dia da Libertação", em 2 de abril, o presidente Donald Trump anunciou tarifas adicionais sobre a maioria das importações dos EUA, com alguns países recebendo taxas mais altas. O Brasil, assim como outros países da América do Sul, ficou com a tarifa mais baixa, de 10%.

Uma semana depois, o presidente dos EUA anunciou uma pausa de 90 dias das taxas mais altas para a maioria dos parceiros, mantendo em vigor a tarifa mínima de 10% e as taxas sobre a China, a fim de permitir negociações comerciais.

O técnico do Mdic avaliou que uma eventual perpetuação da queda de preços de commodities pode levar a uma revisão para baixo das projeções do governo para o valor a ser exportado pelo Brasil em 2025.

No início de abril, o Mdic projetou que o saldo comercial brasileiro fecharia 2025 em US$70,2 bilhões. A próxima revisão oficial da estimativa será apresentada em julho.

Os dados da pasta mostraram ainda que o saldo comercial do Brasil acumulado de janeiro a abril foi de US$17,729 bilhões, 34,2% menor que o observado no mesmo período de 2024.

O desempenho acumulado foi resultado de exportações de US$107,305 bilhões, que caíram 0,7%, e importações de US$89,576 bilhões, com alta de 10,4% em meio a uma atividade econômica que vem demonstrando resiliência, embora o dado também seja influenciado pela importação de uma plataforma de petróleo no valor de US$2,5 bilhões em fevereiro.

(Por Bernardo Caram)

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2025 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.