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Taxa de desemprego no Brasil cai a 6,1% no tri até novembro e renova mínima histórica

Publicado 27.12.2024, 09:02
© Reuters. Mulher fotografa anúncio de vaga de emprego no centro de São Paulon30/09/2020. REUTERS/Amanda Perobelli

Por Camila Moreira e Rodrigo Viga Gaier

SÃO PAULO/RIO DE JANEIRO (Reuters) - A taxa de desemprego no Brasil renovou no trimestre até novembro a mínima da série histórica iniciada em 2012, com o menor contigente de pessoas em busca de emprego em dez anos, indicando que o mercado de trabalho segue aquecido.

Nos três meses até novembro a taxa de desemprego caiu para 6,1%, de 6,6% no trimestre imediatamente anterior, até agosto, e bem abaixo dos 7,5% vistos no mesmo período do ano passado.

O dado divulgado nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ficou em linha com a expectativa em pesquisa da Reuters.

"Ainda não é o fechamento de 2024, mas podemos dizer que foi um ano bem positivo para o mercado de trabalho", disse Adriana Beringuy, coordenadora da pesquisa no IBGE.

"A queda da taxa é um somatório de vários fatores, como o crescimento da atividade econômica, os indicadores econômicos, o consumo das famílias. Tudo isso gera mais demanda por bens e serviços", completou.

Se de um lado o mercado de trabalho aquecido ajuda na atividade econômica, por outro provoca desafios no controle da inflação, ainda mais em um ambiente com o real depreciado e expectativas desancoradas para a alta dos preços.

Na última reunião do ano, o Banco Central decidiu neste mês acelerar o ritmo de aperto nos juros ao elevar a taxa Selic em 1 ponto percentual, a 12,25% ao ano. O BC ainda previu mais duas altas da mesma magnitude à frente, após citar risco de piora da dinâmica inflacionária a partir do anúncio de medidas fiscais do governo.

Nos três meses até novembro, o número de desempregados era de 6,77 milhões --menor contingente desde o trimestre encerrado em dezembro de 2014--, uma queda de 7% ante os três meses anteriores e de 17,5% sobre o mesmo período de 2023.

Já o total de ocupados aumentou 1,4% na comparação com o trimestre anterior, chegando a 103,903 milhões, também novo recorde. Sobre o mesmo trimestre do ano passado houve alta de 3,4%.

Os trabalhadores com carteira assinada no setor privado aumentaram 1,3% no trimestre até novembro sobre os três meses até agosto e chegaram a um novo pico de 39,139 milhões. Os que não tinham carteira registraram alta de 1,2%.

O nível de ocupação, ou seja, a proporção de pessoas com 14 anos ou mais de idade que estavam trabalhando, foi recorde novamente, chegando a 58,8%.

"O ano de 2024 caminha para o registro de recordes na expansão do mercado de trabalho brasileiro, impulsionado pelo crescimento dos empregados formais e informais”, destacou Beringuy.

© Reuters. Mulher fotografa anúncio de vaga de emprego no centro de São Paulo
30/09/2020. REUTERS/Amanda Perobelli

A alta da ocupação no período em relação ao trimestre imediatamente anterior foi puxada pelo aumento de 2,4% nos trabalhadores na Indústria, ou mais 309 mil pessoas.

A Construção cresceu 3,6% (mais 269 mil pessoas), o setor de Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais teve alta de 1,2% (mais 215 mil pessoas) e os Serviços domésticos aumentaram 3,0% (mais 174 mil pessoas).

No período, a renda chegou a 3.285 reais, alta de 0,7% sobre o trimestre até agosto e de 3,4% ante os três meses até novembro de 2023.

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