O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse nesta sexta-feira, 25, que o Brasil precisa de notícias que revertam o pessimismo no mercado sobre a política fiscal. Ao lembrar da promessa do governo de anúncio de ajustes do lado dos gastos após as eleições municipais, o banqueiro central observou que o prêmio de risco cobrado pelo mercado aumentou nas últimas semanas.
"O governo está para anunciar algumas medidas após as eleições. Precisamos de notícias que produzam um choque positivo para reverter o prêmio de risco, que cresceu nas últimas semanas", disse Campos Neto em evento com investidores promovido pelo Itaú (BVMF:ITUB4), em paralelo às reuniões anuais do Fundo Monetário Internacional (FMI) na capital dos Estados Unidos.
Depois de pontuar que o mercado está mais cético em relação ao futuro fiscal, o que cria um prêmio de risco, Campos Neto afirmou que o País precisa de notícias que revertam o ceticismo com as contas públicas, de modo a reduzir os prêmios.
Mais uma vez, ele salientou que sempre que o Brasil conseguiu cortar juros e mantê-los baixos, houve um choque fiscal positivo.
Segundo o presidente do BC, é provável ser necessário medidas estruturais para que o mercado acredite na convergência da dívida. Ele também reiterou que há uma preocupação no mercado com a transparência dos dados fiscais.
"Entendo as preocupações do mercado, é importante ter fiscal transparente." Ainda assim, Campos Neto ponderou que as projeções para a dívida do Brasil estão em linha com as de outros mercados emergentes.