Xangai (China), 13 set (EFE).- Em uma tentativa adicional de diminuir as tensões entre China e Estados Unidos, a Comissão de Tarifas Alfandegárias do país asiático anunciou nesta sexta-feira que excluirá alguns produtos agrícolas, como soja e carne de porco das tarifas adicionais sobre os produtos americanos.
Esta decisão chega dois dias após a China anunciar que adiava por um ano - até setembro de 2020 - a aplicação de tarifas a 16 produtos americanos, cujas taxas estavam programadas para entrar em vigor na próxima terça-feira.
Entre os bens afetados pelo atraso tarifário de 25% planejado para entrar em vigor em 17 de setembro estavam produtos menores, como ração para peixe ou matérias-primas necessárias para a fabricação de remédios contra o câncer, mas não os mais sensíveis, como carne de porco, soja ou automóveis.
No entanto, o gigante asiático decidiu incluir os dois produtos agrícolas na lista, uma mostra da nova onda de boa vontade para chegar a um acordo.
O setor agrícola tem sido uma das principais armas de luta entre os dois países, uma vez que uma das principais demandas dos Estados Unidos é que a China compre mais produtos agrícolas, a fim de igualar a balança comercial.
Poucas horas após a decisão da China, o presidente americano Donald Trump confirmou que atrasará um aumento planejado das tarifas de 25% a 30% de produtos chineses no valor de US$ 250 bilhões para evitar o aumento das tensões comerciais antes do Dia Nacional da China, no dia 1º de outubro, que é também o 70º aniversário da fundação da República Popular da China.
O vice-primeiro-ministro chinês, Liu He, anunciou ontem que duas equipes de trabalho dos EUA e China se reunirão na próxima semana para retomar as negociações comerciais.
Na reunião da semana que vem, as duas delegações começarão a preparar a reunião convocada em Washington para o início de outubro, uma das últimas oportunidades para resolver a guerra comercial que as duas economias mantêm, iniciada no início de 2018.