China conseguirá combater queda de preços após reduzir meta de inflação?

Publicado 10.03.2025, 13:29
Atualizado 11.03.2025, 21:33
© Reuters.

Investing.com – O governo chinês reduziu sua meta de inflação para 2% em 2025, mas analistas do Bank of America (NYSE:BAC) afirmaram nesta segunda-feira que esse objetivo pode ser difícil de atingir.

Em fevereiro, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da China surpreendeu ao entrar em território negativo (-0,7% na comparação anual), marcando uma queda expressiva em relação aos 0,5% registrados em janeiro e ficando abaixo tanto das projeções de mercado (-0,4%) quanto da previsão do próprio BofA (-0,5%).

A queda nos preços foi atribuída à desaceleração dos valores de alimentos e serviços após o Ano Novo Lunar. Sem esse efeito sazonal, o Departamento Nacional de Estatísticas da China (NBS) indicou que o IPC de fevereiro teria registrado um aumento marginal de 0,1% na base anual. Já o núcleo do IPC, que exclui alimentos e energia, caiu para -0,1% na mesma base de comparação.

No setor industrial, a deflação do Índice de Preços ao Produtor (IPP) permaneceu em -2,2% ao ano, levemente abaixo das expectativas do mercado e do BofA. A queda nos preços do carvão foi apontada como um dos fatores que contribuíram para esse desempenho.

Ao analisar os dados combinados de janeiro e fevereiro, ajustados para minimizar distorções sazonais do Ano-Novo Lunar, os economistas do BofA concluíram que a pressão desinflacionária na China persiste, com o IPC em -0,1% na comparação anual, frente aos 0,1% registrados em dezembro.

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Preços de alimentos e bens de consumo puxam inflação para baixo

Os economistas do BofA, Xiaoqing Pi e Helen Qiao, destacaram que, entre os principais componentes da inflação, os preços dos alimentos sofreram a maior queda, acompanhados por bens domésticos, serviços, transporte e comunicação, que também registraram deflação.

Dentro da cesta de alimentos, a inflação da carne suína desacelerou, enquanto os preços dos vegetais caíram significativamente após o Ano-Novo Lunar, refletindo uma oferta mais ampla. Além disso, promoções no setor automotivo em fevereiro também ajudaram a reduzir a inflação geral, segundo o NBS.

O PPI apresentou menor influência sazonal, com os preços de bens industriais retraindo 2,5% na comparação anual e os bens de consumo registrando deflação de 1,2%.

A demanda fraca no setor de construção afetou os preços de metais e minerais, enquanto a oferta abundante de carvão levou a uma queda acentuada nos preços da commodity. O setor petrolífero também apresentou deflação, refletindo a desaceleração industrial.

Desaceleração da economia exige estímulos adicionais

Para o BofA, tanto a demanda do consumidor quanto a atividade industrial na China seguem fracas.

"Embora o governo tenha reduzido a meta de inflação para 2% no Congresso Nacional do Povo (NPC) (ante 3% anteriormente), acreditamos que atingir esse objetivo será desafiador", afirmaram os economistas.

Eles também ressaltaram que a baixa inflação do núcleo desde o ano passado reflete uma demanda do consumidor enfraquecida, o que reforça a necessidade de estímulos mais agressivos por parte do governo.

As autoridades do NPC já anunciaram um pacote de medidas e demonstraram disposição para ampliar os estímulos diante de incertezas externas, incluindo o impacto das tarifas comerciais. O BofA acredita que novos esforços serão feitos para reacelerar a economia chinesa e mitigar esses desafios.

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