Jerusalém, 18 set (EFE).- A coalizão centrista Azul (SA:AZUL4) e Branco, de Benny Gantz, superou pela mínima vantagem o partido direitista Likud, de Benjamin Netanyahu, com cerca de 90% dos votos apurados, portanto, enquanto aguarda o resultado definitivo, o atual primeiro-ministro de Israel começa com desvantagem para a formação de governo.
Segundo dados do Comitê Eleitoral Central, o Azul e Branco conseguiu 25,66% dos votos, o que corresponderia a 32 assentos, um a mais que o Likud, que com 25,03%, ficaria com 31 cadeiras.
Na pendência de possíveis mudanças na apuração dos 10% de votos restantes, nenhuma das duas formações tem cadeiras suficientes para ter a maioria sozinha.
No total, 4,4 milhões de pessoas foram às urnas ontem e até agora, mais de 4 milhões de votos foram contabilizados.
A Lista Unida, que agrupa os partidos árabes, desponta como a terceira força mais votada com 10,71% dos apoios, o que resultaria em 13 cadeiras.
Atrás estão o partido ultra-ortodoxo Shas, com 7,56% dos votos (9 assentos), o direitista Israel Nosso Lar, com 7,11% (9 cadeiras) e o Judaísmo Unido pela Torá com 6,25% (8).
Nos últimos lugares estão a coalizão de partidos de direita e extrema-direita Yamina, com 5,73% (7 assentos), o Trabalhismo-Guesher, da aliança entre o histórico partido Trabalhista com 4,81% (6 cadeiras) e o esquerdista União Democrática com 4,30% (5).
O partido Poder Judeu, considerado racista, não alcançaria superar os 3,25% necessários para entrar na Knesset (Parlamento).
Diante deste cenário, abre-se um complexo processo de negociações no qual o Likud e Azul e Branco devem buscar pactos se quiserem formar governo, para o qual precisam de pelo menos 61 cadeiras em um Parlamento composto por 120.
Gantz disse hoje esperar para "Israel um governo de unidade conveniente e bom" e reiterou sua vontade de entrar em acordo com outras forças, entre as quais o Likud e o Israel Nosso Lar, de Avigdor Lieberman.
Segundo as estimativas atuais, nem o bloco dos partidos de direita, extrema-direita e religiosos, nem o dos partidos de centro e esquerda com os árabes poderiam criar governos de coalizão.
O "fiel da balança" seria Lieberman, que emergiu como um defensor do laicismo e se nega a pactuar com os ultraortodoxos.
O ex-ministro da Defesa e antigo aliado de Netanyahu pediu a criação de um gabinete com Likud e Azul e Branco.
Essa é uma perspectiva que os aliados de Gantz veem com bons olhos, mas eles querem Netanyahu fora do governo, por conta dos casos de corrupção que o assombram, por isso as negociações estão difíceis de acontecer.