Por Ellen Zhang e Joe Cash
PEQUIM (Reuters) - As exportações da China encolheram drasticamente em dezembro com o resfriamento da demanda global, destacando os riscos para a recuperação econômica do país este ano, mas um declínio mais modesto nas importações reforçou a visão de que a demanda interna vai se recuperar lentamente nos próximos meses.
Embora a expectativa seja de que as importações suportem uma onda de demanda reprimida depois que a China abandonou suas duras medidas contra a Covid-19 em dezembro, as exportações devem se enfraquecer à medida que a economia global beira a recessão.
"O crescimento fraco das exportações destaca a importância de impulsionar a demanda interna como o principal motor da economia em 2023", disse Zhiwei Zhang, economista-chefe da Pinpoint Asset Management, acrescentando que os mercados esperam que Pequim anuncie mais medidas para sustentar o consumo.
As exportações contraíram 9,9% em dezembro sobre o ano anterior, ampliando a queda de 8,7% em novembro, embora ligeiramente melhor que a expectativa, mostraram nesta sexta-feira dados alfandegários. A queda foi a pior desde fevereiro de 2020.
Refletindo o recuo da demanda mundial, os embarques para os Estados Unidos diminuíram 19,5% em dezembro, enquanto os para a UE caíram 17,5%, de acordo com os cálculos da Reuters baseados nos dados oficiais.
Apesar da forte queda nos embarques nos últimos meses, as exportações totais da China aumentaram 7% em 2022 graças a seu forte comércio com as nações do sudeste asiático, bem como a um boom de exportação de veículos a nova energia. Ainda assim, o crescimento foi muito inferior ao ganho de 29,6% em 2021.
As importações caíram 7,5% no mês passado, moderando de um declínio de 10,6% em novembro e melhor do que a previsão de queda de 9,8%.
O superávit comercial da China em 2022 atingiu um pico histórico de 877,6 bilhões de dólares, o maior desde o início dos registros em 1950, comparado com 670,4 bilhões de dólares em 2021.