SÃO PAULO (Reuters) - A confiança da indústria brasileira permaneceu estável em julho com diminuição das contratações no setor, em mais uma indicação de que a atividade econômica tem perdido ímpeto neste início de segundo semestre.
O Índice da Confiança da Indústria (ICI) se manteve em 100,1 pontos neste mês, o mesmo valor registrado em junho, mostrou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta sexta-feira.
O Índice da Situação Atual (ISA) subiu 3,9 pontos, para 99,0 pontos, devido a normalização do nível dos estoques após a greve dos caminhoneiros.
Depois de avançar nos dois meses anteriores, o Índice de Expectativas (IE) apresentou recuo de 3,9 pontos e chegou a 101,1 pontos em julho influenciado pela diminuição das expectativas de contratações no setor.
"A confiança industrial vem oscilando em torno do nível neutro de 100 pontos em 2018. A sondagem de julho adiciona a essa apatia a piora nas expectativas de contratação e o aumento da ociosidade, sinalizando continuidade do quadro de recuperação lenta e gradual da economia brasileira", explicou em nota a coordenadora da Sondagem da Indústria da FGV/IBRE, Tabi Thuler Santos.
O Nível de Utilização da Capacidade Instalada caiu 0,5 ponto percentual em relação a junho, para 75,7 por cento, registrando sua segunda redução consecutiva.
Após a greve dos caminhoneiros em maio, que causou forte desabastecimento no país, a confiança dos agentes econômicos foi perdendo mais fôlego, afetando as projeções de crescimento do país para este ano.
Nesta semana, a FGV informou também que enquanto a confiança do consumidor e da construção avançaram em julho, a do comércio cedeu no mesmo período, em mais indicações de que a economia tem perdido ímpeto neste início de segundo semestre.
Pesquisa Focus do Banco Central, que ouve uma centena de economistas todas as semanas, mostra que a estimativa de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) do país neste ano estava em 1,50 por cento, depois de ter chegado a 3 por cento alguns meses antes.
O levantamento mostrou ainda que, pela mediana das projeções, a produção industrial vai crescer 2,91 por cento neste ano, contra expansão de 2,96 por cento na semana anterior.
(Por Stéfani Inouye)