A confiança dos consumidores brasileiros se manteve estável em outubro na comparação com setembro deste ano, segundo o Índice Nacional de Confiança (INC), desenvolvido pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP) em parceria com a PiniOn. O índice alcançou 103 pontos, situando-se em território otimista - acima de 100 pontos -, apesar de registrar uma queda de 6,4% em relação ao mesmo período de 2023.
A pesquisa, que contou com a participação de 1.679 famílias em diversas regiões do país, revelou diferenças regionais e socioeconômicas significativas.
Enquanto as regiões Centro-Oeste e Sudeste observaram um aumento na confiança dos consumidores, o Norte e o Sul registraram uma diminuição, e o Nordeste permaneceu estável.
Nas classes sociais, o índice aumentou ligeiramente para as classes AB e C, mas caiu entre as famílias das classes D e E, refletindo as dificuldades enfrentadas por faixas de menor renda, conforme mostrou a pesquisa.
"Essa piora da confiança em relação à situação atual resultou em diminuição da disposição a comprar itens de maior valor, tais como carro e casa, e na propensão a adquirir bens duráveis, tais como geladeira e fogão e na intenção de investir", diz o economista da ACSP, Ulisses Ruiz de Gamboa. A insegurança quanto à estabilidade no emprego também teve um impacto direto na intenção de investimento e na confiança geral dos consumidores.
Para a ACSP, a estabilidade no índice reflete a pressão que a aceleração da inflação, especialmente em itens essenciais como alimentos e bebidas, exerce sobre o orçamento das famílias, sobretudo as de baixa renda. Além disso, a entidade alerta para uma possível desaceleração econômica, que já começa a impactar o setor de varejo e serviços, restringindo ainda mais o poder de compra dos consumidores.