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Consumidores na Argentina boicotam supermercados por aumento de preços

Publicado 10.05.2016, 17:12
Atualizado 10.05.2016, 17:31
© Reuters.  Consumidores na Argentina boicotam supermercados por aumento de preços

Buenos Aires, 10 mai (EFE).- Os consumidores da Argentina realizaram nesta terça-feira o segundo boicote do ano às redes de supermercados para manifestar a desaprovação pelo constante aumento de preços, um protesto que as empresas do setor asseguram que não tem utilidade.

Sob o lema de "SuperVazios", a convocação desta terça-feira de boicote aos supermercados foi divulgada com força nas redes sociais.

A ação de protesto é liderada pelas organizações Consumidores Responsáveis e Consumidores Livres, com o apoio da Central de Trabalhadores Argentinos e da Federação Agrária Argentina, entre outras associações, que acusam os supermercados de especular os preços para aumentar seus lucros.

"Elevam artificialmente os preços, é uma política totalmente abusiva para aumentar seus lucro nesta etapa de ajuste", disse à Agência Efe o presidente dos Consumidores Livres, Héctor Polino.

Segundo os dados das organizações de consumidores, o boicote realizado em 7 abril conseguiu diminuir em 80% o volume de clientes que habitualmente fazem compras nos supermercados do país inteiro.

No entanto, as empresas do setor asseguram que este tipo de medida não as afetam.

"Não vemos nem útil e nem necessário", disse hoje à Agência Efe o porta-voz da câmara Argentina de Supermercados e da Federação de Supermercados e Auto-Serviços (FASA), Fernando Aguirre, que afirmou que no boicote de abril o faturamento dos supermercados foi "normal" e os valores médios "os frequentes".

Aguirre considerou que, embora estejam no direito de realizar esta medida de protesto, os consumidores podem escolher onde comprar e, segundo garantiu, "os preços mais baratos estão nos supermercados".

Joaquín Adolfo Betchakian, um aposentado de Buenos Aires, foi fazer suas compras hoje em um supermercado, mas disse à Agência Efe que a pensão que recebe "não é grande", que se vê obrigado a restringir seu consumo "ao mínimo" e criticou que o governo argentino desvalorizou "impunemente" o salário dos trabalhadores, deixando poucas alternativas.

No mesmo supermercado, Graciela Guarnieri, uma dona de casa, se inteirou dentro do local do boicote e decidiu deixar três quartos do que já tinha carregado em sua bolsa de compras em "solidariedade" ao protesto.

Guarnieri disse à Agência Efe estar de acordo com a ação de queixa, já que, segundo afirmou, as donas de casa como ela encontram a cada dia produtos que "custam 50% ou 60% a mais".

O presidente da Federação Agrária Argentina, Omar Príncipe, disse hoje que é "aberrante" a lacuna entre os valores que cobram os agricultores por seus produtos e os preços que estes mesmos bens são vendidos nos supermercados, uma diferença que, garantiu, supera em muitos casos 1000%.

Também afirmou que esta enorme diferença de valores é verificada entre os mercados de venda atacadista e os supermercados.

"Os supermercados diretamente estão nos roubando, enquanto os sucessivos governos permitem", denunciou Príncipe em comunicado.

O protesto dos consumidores é realizado em um contexto de elevada inflação na Argentina.

O índice de preços ao consumidor registrou em março uma alta anualizada de 35%, segundo o índice de Buenos Aires, referência provisória usada pelo governo enquanto prepara um novo indicador nacional.

O governo de Mauricio Macri, que assegura que a inflação irá se desacelerar no segundo semestre, lançará oficialmente na próxima sexta-feira o Sistema Preços Claros, que permitirá que os consumidores de todo o país possam consultar pela internet os preços dos produtos dos supermercados mais próximos a seu lar.

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