Investing.com - O Banco Central inicia hoje (11) a última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). O mercado espera, por unanimidade, que a taxa Selic seja mantida em 6,5%. O foco dos analistas está, com isso, para o comunicado que será divulgado após o encontro.
O BTG Pactual acredita que o Copom provavelmente irá ajustar sua comunicação positivamente, especificamente no que se refere às perspectivas de inflação de curto prazo, mas provavelmente manterá uma abordagem conservadora e, em uma tentativa de flexibilidade, continuará a deixar sinais claros sobre seus próximos passos.
O banco de investimentos destaca que, na reunião de outubro, o Copom assinalou que, apesar da redução no grau de assimetria no balanço de riscos para a inflação, a conjuntura recomendava manter a maior flexibilização da política monetária, se abstendo assim de fornecer informações sobre os próximos passos.
Por unanimidade, o comitê também enfatizou que a aprovação e implementação de reformas, notadamente as de caráter fiscal, e ajustes na economia são fundamentais para a sustentabilidade de um ambiente de inflação baixa e estável. E, mais uma vez, destacaram que a percepção de continuidade na agenda de reformas afeta expectativas e previsões macroeconômicas atuais.
Dessa forma, os analistas do BTG Pactual não enxergam sinais na conversa entre as comissões do comitê, desde outubro, que indicariam uma mudança distinta em relação a essa comunicação geral.
A equipe do banco entende que a inflação do final deste ano está se mostrando mais benignas do que o esperado. Embora a maior parte da revisão de queda do IPCA, realizada pelo BTG Pactual, tenha se concentrado no segmento não central, as medidas centrais também mostraram números bem comportados.
Os analistas ressaltam também que a aceleração da economia no terceiro trimestre foi parcialmente impulsionada pelos efeitos de base, associados à greve de transporte de carga no segundo trimestre e, apesar das condições financeiras mais fáceis e da melhora na confiança dos últimos, os dados do quarto trimestre apontam para uma desaceleração.
Com isso, o cenário internacional continua desafiador, enquanto reformas fiscais muito necessárias no Brasil não avançaram desde o final do ciclo eleitoral. Com as atividades do Congresso apenas sendo retomadas em fevereiro deste ano, quando o recesso do final do ano começar dentro de algumas semanas, não haverá muita clareza sobre o conteúdo e o ritmo da agenda de reformas antes dos próximos meses.
IPCA
Na sexta-feira, o IBGE divulgou que o Brasil registrou a maior deflação para o mês de novembro em 24 anos graças à queda dos preços principalmente de Habitação e Transportes e caminha para encerrar o ano com a inflação abaixo do centro da meta, favorecendo a visão de que o Banco Central deve demorar para elevar os juros.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve em novembro queda de 0,21 por cento, ante alta de 0,45 por cento no mês anterior.
Foi a maior queda do indicador desde junho de 2017 (-0,23 por cento), e a menor taxa para um mês de novembro desde a implantação do Plano Real, em 1994. O recuo também foi mais acentuado do que a expectativa mediana na pesquisa da Reuters com especialistas de queda de 0,10 por cento.