Investing.com - O Comitê de Política Monetária (Copom) acaba de manter, por unanimidade, a taxa básica de juros – Selic – inalterada em 6,5% ao ano. Foi a primeira reunião do colegiado comandada pelo novo presidente da instituição, Roberto Campos Neto, sucedendo Ilan Goldfajn.
Os diretores atualizaram o cenário-base para a tomada de decisão. Reconhecem que indicadores recentes de atividades estão abaixo da expectativa, embora apontem recuperação lenta da atividade econômica, somada a um cenário externo desafiador por causa dos riscos da normalização da política monetária dos principais levarem a uma desaceleração na economia global. Além disso, o Copom avalia que diversas medidas de inflação se encontram em níveis confortáveis, inclusive os itens que são sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária.
Em relação ao cenário-base, o BC considera que os riscos de inflação deixam de ser assimétricos para simétricos, ou seja, são equivalentes os riscos de a trajetória inflacionária ficar acima ou abaixo das expectativas captadas no Boletim Focus. No último boletim, os analistas de mercado consultados projetam uma inflação de 3,9% em 2019, 4% em 2020 e 3,75% em 2021, dentro da meta de inflação.
Atua para menor pressão inflacionária o alto nível de capacidade ociosa na economia. Por outro lado, a não-realização de reformas e ajuste na economia brasileira, somada à deterioração do ambiente internacional para economias emergentes, podem elevar a pressão inflacionária.
Em conformidade com o cenário e o balanço de riscos, os diretores decidiram pela manutenção da taxa de juros em 6,5% ao ano. A taxa é estimulativa, ou seja, abaixo da taxa de neutra, que é o nível que não é estimula a atividade econômica nem causa pressão inflacionária.