San José, 5 mar (EFE).- A Costa Rica deverá realizar no próximo dia 6 de abril um inédito segundo turno das eleições presidenciais após a saída histórica do candidato governista Johnny Araya da disputa, o que abriu as portas da Presidência para Luis Guillermo Solís.
Araya, do Partido Libertação Nacional (PLN), confirmou nesta quarta-feira em entrevista coletiva os rumores que davam conta de sua retirada da campanha eleitoral.
O PLN, o partido mais tradicional da Costa Rica, governou o país nos últimos oito anos com Óscar Arias (2006-2010) e Laura Chinchilla (2010-2014), que terminará seu mandato no dia 8 de maio.
Esta é a primeira vez que um candidato desiste de participar de um segundo turno com a Constituição Política atual, que data de 1949. A única vez que isso ocorreu foi quando Manuel Castro se retirou da disputa do segundo turno contra Ricardo Jiménez em 1932.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) explicou que a Constituição do país proíbe que um candidato renuncie à disputa, por isso o segundo turno será realizado com os dois aspirantes inscritos, e o vencedor será quem receber mais votos, que inclusive pode ser Araya.
Solís, do Partido Ação Cidadã (PAC), de centro-esquerda, afirmou em entrevista coletiva que após a desistência de Araya não pode cantar vitória porque o segundo turno ainda vai acontecer, e está convencido de que vai ganhar.
Acrescentou que se sente "extremamente honrado" que algumas pessoas já o considerem o presidente eleito, mas esclareceu que: "não sou, pois para isso necessito do voto".
Solís afirmou que "a disputa não terminou" e que a eleição de 6 de abril "não é um mero formalismo ou um mero trâmite", pois se trata do "ato supremo democrático", sem o qual, um mandato "não estará legitimado".
A presidente da Costa Rica, Laura Chinchilla, pediu prudência e que se busque um "espírito de união nacional" para que "o único propósito hoje e no dia 6 de abril seja seguir propiciando as melhores condições para uma Costa Rica próspera e segura".
A governante comentou que conversou nesta quarta-feira por telefone com Araya e Solís e insistiu com ambos sobre "a necessidade de que as conversas sobre os temas mais importantes sejam intensificadas para se garantir uma transição positiva e construtiva que assegure os interesses nacionais".