Por Jonathan Cable
LONDRES (Reuters) - As empresas da zona do euro encerraram o primeiro trimestre de 2018 com o crescimento mais lento em mais de um ano, muito mais fraco do que o esperado, uma vez que os novos negócios foram afetados pelo euro forte, mostrou a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês).
O boom econômico da zona do euro já havia dado uma pausa em fevereiro diante do aumento dos preços, e pesquisa da Reuters neste mês mostrou que o crescimento atingiu um pico, algo preocupante para o Banco Central Europeu no momento em que busca se afastar da política monetária ultrafrouxa.
O PMI Composto preliminar do IHS Markit para a zona do euro caiu a 55,3 este mês, bem abaixo de todas as previsões em pesquisa da Reuters, que projetou queda a 56,7 após leitura final em fevereiro de 57,1.
Ainda assim o IHS Markit disse que os dados indicam um crescimento de 0,7 por cento no primeiro trimestre, contra 0,6 por cento em pesquisa da Reuters.
"Certamente parece que o crescimento atingiu um pico na virada do ano e estamos em uma trajetória mais lenta agora. Não estamos dizendo que indica qualquer tipo de declínio --ainda estamos em níveis elevados", disse Chris Williamson, economista-chefe do IHS Markit.
Desde o início do ano o euro acumula alta de mais de 2 por cento contra o dólar. Assim o crescimento dos novos negócios desacelerou, com seu subíndice caindo a 55,0 de 56,3, nível mais baixo desde o início do ano passado.
Isso também afetou o setor de serviços do bloco, cujo PMI despencou à mínima de cinco meses de 55,0 ante 56,2, também abaixo de todas as projeções em pesquisa da Reuters que apontava leitura de 56,0.
A indústria também registrou um cenário similar, com o PMI do setor caindo a 56,6 de 58,6, contra expectativa de 58,1.