PEQUIM (Reuters) - O setor de manufatura da China cresceu pelo quinto mês em setembro, mas o ritmo de expansão desacelerou mais que o esperado, em um sinal de que as medidas do governo para conter a alta nos preços de ativos estão começando a ter um efeito em cadeia sobre a economia em geral.
O Índice de Gerentes de Compras oficial (PMI, na sigla em inglês) ficou em 51,4 em dezembro, ante 51,7 em novembro. Números acima de 50 indicam uma expansão em base mensal, enquanto índice abaixo de 50 sugere uma contração.
O índice de dezembro ficou levemente abaixo do 51,5 previsto em uma pesquisa da Reuters.
Um boom no setor de residências no segundo semestre de 2016 e uma elevação dos gastos governamentais em infraestrutura ajudaram a impulsionar os preços das commodities do cimento ao aço, dando um necessário apoio ao setor manufatureiro.
Mas o movimento do governo para reprimir compras especulativas de propriedades e sinais de formuladores de política de que haverá mais medidas para conter bolhas em ativos e a alta no endividamento -- mesmo que às custas de um crescimento menor-- significam que medidas adicionais podem ser limitadas.
"Os dados do PMI de hoje sugerem que a mudança de tom na política fez seu efeito, conforme as autoridades mostram-se seriamente preocupadas com bolhas em ativos", disse o economista sênior do Commerzbank, Zhou Hao.
A produção da indústria desacelerou em dezembro, com o sub-índice atingindo 53,3 ante 53,9 no mês anterior.
O total de novos pedidos ficou estável em 53,2, mesmo índice de novembro, enquanto os novos pedidos de exportação caíram para 50,1 ante 50,3.
Os empregos novamente tiveram perda, com o sub-índice de emprego em 48,9, ante 49,2 em novembro, conforme o país busca reduzir excesso de capacidade em uma série de indústrias.
O PMI oficial não-industrial ficou em 54,5 em dezembro, baixa ante os 54,7 de novembro, mas bem acima da marca dos 50 pontos.
A China tem contado com o crescimento do setor de serviços, que responde por mais de metade do produto bruto doméstico, para compensar uma persistente queda das exportações que tem pesado sobre a economia. O investimento privado também tem permanecido fraco.
Mas o PIB da China ainda parece a caminho de atingir a meta de crescimento de Pequim em 2016, de entre 6,5 e 7 por cento, após uma expansão de 6,7 por cento em cada um dos três semestres anteriores.
(Por Ben Blanchard, Elias Glenn e Ryan Woo)