Criação de vagas nos EUA tem leve desaceleração em abril; taxa de desemprego segue em 4,2%

Publicado 02.05.2025, 09:44
Atualizado 02.05.2025, 09:45
© Reuters. Anúncio de contratação em Carlsbad, EUAn25/05/2023. REUTERS/Mike Blake

Por Lucia Mutikani

WASHINGTON (Reuters) - A criação de vagas de emprego nos Estados Unidos teve leve desaceleração em abril, conforme as perspectivas para o mercado de trabalho se tornam cada vez mais sombrias já que a política tarifária agressiva do presidente Donald Trump aumenta a incerteza econômica.

A economia dos EUA abriu 177.000 vagas de emprego fora do setor agrícola no mês passado, após 185.000 em dado revisado para baixo em março, informou o Departamento do Trabalho em seu relatório de emprego nesta sexta-feira.

Economistas consultados pela Reuters previam 130.000 empregos criados no mês passado, depois de 228.000 em março conforme relatado anteriormente. As estimativas variaram de 25.000 a 195.000 vagas abertas.

A economia precisa criar cerca de 100.000 empregos por mês para acompanhar o crescimento da população em idade ativa. A taxa de desemprego se manteve estável em 4,2%.

O relatório é retrospectivo e ainda é muito cedo para que o mercado de trabalho mostre o impacto da política de tarifas de Trump.

Uma enxurrada de importações, já que as empresas tentaram se antecipar às tarifas, pesou sobre a economia no primeiro trimestre.

O anúncio das tarifas no "Dia da Libertação" de Trump, em 2 de abril, deu início à imposição de taxas abrangentes sobre a maioria das importações dos parceiros comerciais dos Estados Unidos, incluindo o aumento das taxas sobre produtos chineses para 145%, desencadeando uma guerra comercial com Pequim e apertando as condições financeiras.

Posteriormente, Trump adiou as tarifas recíprocas mais altas por 90 dias, o que, segundo economistas, foi essencialmente uma pausa em toda a economia, pois deixou as empresas em um estado de paralisia e arriscou uma recessão se não houver clareza em breve.

O mercado de trabalho continua a mostrar resiliência em meio a uma relutância dos empregadores em dispensar trabalhadores após as dificuldades para encontrar mão de obra durante e após a pandemia da Covid-19, mas os sinais de alerta estão se acumulando.

A confiança empresarial continua a despencar, o que os economistas esperam que, em algum momento, dê lugar a demissões. As companhias aéreas já retiraram suas previsões financeiras para 2025, citando a incerteza sobre os gastos com viagens não essenciais devido às tarifas.

A General Motors (NYSE:GM) cortou sua previsão de lucros para 2025 na quinta-feira e disse que espera um impacto tarifário de US$4 bilhões a US$5 bilhões.

A China ordenou que suas companhias aéreas não aceitem mais entregas de aviões Boeing (NYSE:BA), enquanto a Ryanair (NASDAQ:RYAAY), a maior companhia aérea de baixo custo da Europa, ameaçou na quinta-feira cancelar os pedidos de centenas de aeronaves Boeing se a guerra tarifária levar a preços substancialmente mais altos.

Em meio à incerteza, a expectativa é de que o Federal Reserve mantenha sua taxa de juros de referência na faixa de 4,25% a 4,50% na próxima semana. Economistas esperam que as empresas reduzam as horas de trabalho antes de recorrerem a demissões.

A maioria dos economistas prevê que o impacto das tarifas poderá se tornar evidente até meados do ano em dados como de emprego e inflação.

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