Por Balazs Koranyi e Frank Siebelt
FRANKFURT (Reuters) - O presidente do banco central da Alemanha, Jean Weidmann, expressou ceticismo nesta sexta-feira sobre a proposta de conceder alívio aos bancos das taxas negativas do Banco Central Europeu, argumentando que os custos da medida podem superar os benefícios.
O ganho de tal ação será limitado, enquanto os custos associados à normalização prolongada da política monetária pode ser maior, disse Weidmann, potencial candidato para suceder o chefe do BCE, Mario Draghi, no final deste ano, em um evento do banco central alemão em Frankfurt.
O Banco Central Europeu está estudando se deve conceder ou não alívio aos bancos de alguns dos encargos sobre sua taxa de depósito negativa em 0,4 por cento, preocupado que a fraca rentabilidade do setor possa prejudicar a transmissão de sua política monetária.
"O alívio potencial de aumentar a taxa de juros, como está sendo discutidas no momento, seria perceptível, mas limitado", disse Weidmann.
"E o alívio provavelmente será menor do que o custo adicional decorrente da mudança das expectativas de normalização resultantes dessa discussão", acrescentou.
Uma taxa de depósito mais elevada pode garantir um retorno de 5 bilhões de euros para os bancos, segundo analistas. Mas, dada a sua complexidade, é improvável que essa medida fique em vigor por um curto período, implicando taxas negativas para um período ainda mais longo.
Tal perspectiva irá achatar ainda mais a curva de juros e comprimir as margens dos banco, resultando em ganhos ainda mais fracos.
Weidmann também observou que restaurar a rentabilidade adequada era, em última instância, responsabilidade do setor, um comentário em linha com os companheiros do Conselho do BCE que afirmam que a responsabilidade do BCE é garantir a estabilidade de preços e não os lucros dos bancos.
O BCE deve discutir a questão em junho, mas fontes próximas à discussão disseram que há pouco apetite entre as autoridades para tal medida.