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Dados fracos da zona do euro dão apoio a plano de Draghi para mais estímulo

Publicado 30.07.2019, 10:18
© Reuters. Presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi

Por Leigh Thomas e Michael Nienaber

PARIS/BERLIM (Reuters) - O crescimento da França desacelerou inesperadamente no segundo trimestre devido ao enfraquecimento dos gastos das famílias e a confiança do consumidor alemão piorou pelo terceiro mês consecutivo para agosto, o que reforça os sinais de que a economia da zona do euro está esfriando.

A fraca leitura dos dados das duas maiores economias da zona do euro nesta terça-feira apoiou a avaliação do presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, de que as perspectivas de crescimento estão se deteriorando e que o banco deve injetar mais estímulo monetário.

Em mais um sinal de fraqueza, o sentimento econômico da zona do euro se deteriorou, atingindo o nível mais baixo em mais de três anos em julho, mostraram dados da Comissão Europeia nesta terça-feira.

"Isso reforça a evidência dos dados do PMI publicados na semana passada de que a economia da zona do euro irá crescer em apenas cerca de 1% este ano, reforçando a possibilidade de ação do BCE mais cedo ou mais tarde", disse Melanie Debono, da Capital Economics.

Depois que o BCE mudou a orientação futura durante a reunião de política monetária na semana passada, é provável que o banco corte os juros em setembro e anuncie uma nova rodada de afrouxamento quantitativo por meio de compras de títulos em outubro, acrescentou Debono.

A economia francesa cresceu 0,2% no período de abril a junho, ante 0,3% nos três meses anteriores, segundo dados preliminares da agência de estatísticas INSEE.

O resultado ficou abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters com 28 economistas de expansão de 0,3%.

Até agora, a economia francesa, a segunda maior da zona do euro, se mostrou mais resistente do que alguns países vizinhos como a Alemanha, porque é menos dependente das exportações e, portanto, menos exposta às oscilações globais.

Na Alemanha, a expectativa é que o crescimento tenha sofrido uma contração no segundo trimestre e pesquisas sugerem que o terceiro trimestre pode não trazer nenhuma melhora, levantando a possibilidade de uma recessão técnica na maior economia da Europa.

O indicador de confiança do consumidor da GfK, baseado em uma pesquisa com cerca de 2 mil alemães, caiu para 9,7 de 9,8 no mês anterior. Essa foi a leitura mais baixa desde abril de 2017 e em linha com as expectativas do mercado.

Gastos domésticos e construção tornaram-se importantes motores do crescimento na Alemanha, uma vez que suas exportações estão sofrendo com as disputas comerciais e a incerteza do Brexit. A demanda doméstica foi impulsionada pelo nível recorde de empregos, aumentos salariais acima da inflação e baixos custos de empréstimos.

© Reuters. Presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi

Mas a queda contínua na confiança do consumidor indica que uma queda na indústria alemã dependente de exportações está agora se infiltrando em outros setores da economia.

"A guerra comercial com os Estados Unidos, as discussões em curso sobre o Brexit e a desaceleração econômica global continuam a gerar temores de uma recessão", disse Rolf Buerkl, pesquisador da GfK.

Consumidores com empregos em setores voltados para a exportação em particular, como a indústria automobilística e seus fornecedores, são os mais afetados, disse ele. A propensão para compra medida pela GfK também se deteriorou, atingindo seu nível mais baixo em quase quatro anos.

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