BRASÍLIA (Reuters) - O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, indicado pelo governo à diretoria de Política Monetária do Banco Central, disse nesta terça-feira que a discussão feita no governo sobre a meta de inflação é permanente e visa acompanhar as melhoras práticas mundiais, e não afetar a taxa de juros no curto prazo.
"Toda esse debate que houve sobre meta de inflação..em nenhum momento ele foi colocado de uma maneira casuística, para tentar ver como você poderia fazer algum tipo de alteração que fosse interferir para ter algum tipo de objetivo específico na taxa de juros", disse Galípolo à CNN.
Ele acrescentou que o debate sobre a meta envolve o Banco Central, a Fazenda e o Ministério do Planejamento, e destacou o trabalho dos técnicos.
"O Banco Central tem técnicos muito bem qualificados, que fazem essa discussão de maneira profunda e contínua, para estar olhando quais são as melhores práticas ao redor do globo."
Galípolo disse, ainda, que não seria adequado dar "pitaco" sobre a política monetária antes de ter sua indicação aprovada pelo Senado e que pretende desempenhar um papel colaborativo na diretoria do BC.
Mas ele reiterou a importância de a política fiscal e a política monetária caminharem na mesma direção, e disse que a apreciação recente do câmbio e a queda dos juros longos proporcionam um cenário que facilita o início de um ciclo de queda dos juros, analisando as expectativas de inflação e os preços de mercado.
(Por Victor Borges e Maria Carolina Marcello)