Por Lucia Mutikani
WASHINGTON (Reuters) - O déficit comercial dos Estados Unidos saltou para uma máxima de cinco meses em maio, com aumento nas importações de produtos, provavelmente devido ao reabastecimento das empresas antes do aumento das tarifas sobre as mercadorias chinesas, ofuscando um grande aumento nas exportações.
O déficit comercial divulgado pelo Departamento de Comércio nesta quarta-feira se somou à fraqueza no mercado imobiliário, na indústria, no investimento empresarial e gastos moderados dos consumidores, ao sugerir que o crescimento econômico desacelerou no segundo trimestre. O mercado de trabalho também parece estar perdendo força, com as empresas privados criando menos vagas de trabalho em junho do que o esperado.
A desaceleração na atividade, dada a redução do impacto do grande estímulo do ano passado com cortes de impostos e de mais gastos do governo, pode levar o Federal Reserve a cortar a taxa de juros este mês. O banco central dos EUA sinalizou no mês passado que poderia afrouxar a política monetária já na reunião de 30 e 31 de julho, citando riscos crescentes para a economia vindos da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, e da inflação baixa.
O déficit comercial subiu 8,4%, para 55,5 bilhões de dólares. Os dados de abril foram revisados para mostrar um aumento do déficit comercial para 51,2 bilhões de dólares, em vez dos 50,8 bilhões de dólares anteriormente divulgados. Economistas consultados pela Reuters previam que o déficit comercial aumentaria para 54 bilhões de dólares em maio.
O déficit comercial dos EUA com a China, foco da agenda "América Primeiro" do presidente norte-americano, Donald Trump, aumentou 12,2%, para 30,2 bilhões de dólares, com as importações subindo 12,8%. Trump impôs tarifas adicionais de importação sobre produtos chineses, depois de um colapso nas negociações, levando o país asiático a retaliar.
As tensões comerciais entre os EUA e a China provocaram fortes oscilações no déficit comercial, com os exportadores e importadores tentando se manter à frente da disputa tarifária entre os dois gigantes econômicos.
O Relatório Nacional de Emprego da ADP mostrou nesta quarta-feira que as empresas privadas dos EUA criaram 102 mil vagas de empregos em junho, acelerando em relação às 41 mil vagas registradas em maio. No entanto, o aumento ficou abaixo das expectativas de economistas de 140 mil postos de empregos.
O relatório, que é desenvolvido em conjunto com a Moody's Analytics, sugere potencialmente uma recuperação moderada no componente dos dados de empregos no setor privado do relatório de emprego oficial do governo. Os dados foram reportados antes da divulgação na sexta-feira dos números mais abrangentes do governo sobre empregos para junho.