Musk ordenou desligamento do serviço de satélite Starlink enquanto Ucrânia retomava território da Rússia
O diretor de Política Monetária do Banco Central, Nilton David, disse nesta quarta-feira, 23, que é "cético" com relação ao uso do forward guidance. A incerteza usual entre reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) já é muito grande, e hoje o cenário se tornou ainda mais incerto, ele destacou.
"Eu não sou um grande fã do forward guidance", disse Nilton, em um evento do JPMorgan (NYSE:JPM) em paralelo às reuniões de primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI), em Washington, nos Estados Unidos. "Para mim, um forward guidance não é natural, a menos que você esteja muito distante de onde deveria estar."
O diretor explicou que a incerteza comumente envolvida em variáveis não determinantes no modelo do Copom, como a taxa de câmbio, já representa uma incerteza maior do que 1 ponto porcentual nas projeções de inflação do BC.
Hoje em dia, o cenário se tornou mais nebuloso por causa das dúvidas sobre a implementação e a magnitude das tarifas nos Estados Unidos.
Nilton explicou que, em dezembro, o Copom aumentou a taxa Selic em 1 ponto porcentual e forneceu o guidance de mais duas altas porque desejava comunicar ao mercado que adotaria uma postura contracionista, e que ficaria à frente da curva.
O diretor não comentou explicitamente o forward guidance deixado pelo Copom na sua última reunião, de março. O colegiado aumentou a taxa Selic em 1 ponto porcentual, para 14,25%, e indicou uma nova elevação, de menor magnitude, no encontro seguinte, que acontecerá em 6 e 7 de maio.
’Eventos pontuais’
Nilton David disse que "eventos pontuais", que levaram a um crescimento econômico acima do esperado, mesmo com os juros altos, não devem continuar contrabalançando o aperto na política monetária.
"Não vamos ver eventos pontuais contrabalançando a política monetária à frente", comentou o diretor, respondendo perguntas do evento.
Segundo Nilton David, "eventos únicos" estimularam a atividade e o crédito nos últimos anos, mas a economia dá agora sinais de que chegou a um platô. Ainda assim, ponderou, o mercado de trabalho deve ser um dos últimos setores a desacelerar.