BRASÍLIA (Reuters) -A dívida pública federal caiu 3,07% em janeiro sobre dezembro, para 5,769 trilhões de reais, devido a fortes resgates líquidos, uma vez que o governo se absteve de emitir maiores volumes de títulos em meio aos custos crescentes, informou o Tesouro Nacional nesta terça-feira.
No período, a dívida pública mobiliária interna teve queda de 2,88%, sob o impacto de um resgate líquido de títulos no valor recorde de 216 bilhões de reais, que contribuiu para levar o estoque a 5,535 trilhões de reais.
A participação no total da dívida dos papéis prefixados, que responderam por mais de 90% dos resgates do mês, caiu a 23,5%, de 27% em dezembro. Já os títulos atrelados a índices de preços passou a 31,7%, de 30,3% antes, e os corrigidos pela taxa Selic aumentaram a 40,5%, de 38,3%.
Com o resgate líquido no mês passado, o colchão de liquidez do Tesouro sofreu uma redução de 18,92%, para 953,4 bilhões de reais. O valor é suficiente para cobrir os pagamentos de quase oito meses de vencimentos de dívida, acima do limite de três meses que o Tesouro considera prudencial para a gestão da dívida.
Em nota, o Tesouro destacou que janeiro foi marcado por maior aversão a risco no mercado interno, em meio a sentimento de incerteza em relação ao cenário econômico para o ano.
"Janeiro foi um mês de noticiário bastante intenso. Comentou-se muito sobre política econômica, inflação, e isso se traduziu em alta de taxas de juros e nesta maior inclinação na curva de juros", disse o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública do Tesouro, Luís Felipe Vital, após a divulgação dos números.
(Por Isabel Versiani e Fabrício de Castro; edição de Luana Maria Benedito e Pedro Fonseca)