(Reuters) - A presidente do Federal Reserve de San Francisco, Mary Daly, disse nesta quinta-feira que, embora os dados recentes da inflação nos Estados Unidos estejam na direção certa, mais progresso é necessário para que ela se sinta confortável de que o Fed fez o suficiente.
"Se aumentaremos novamente ou manteremos a taxa de juros estável por um período mais longo -- essas coisas ainda precisam ser determinadas", afirmou Daly em entrevista ao Yahoo Finance. "Seria prematuro projetar o que eu acho que acontecerá porque haverá muita informação até nossa próxima reunião."
Daly falou algumas horas depois que o Departamento do Trabalho dos EUA informou que a inflação subjacente ao consumidor moderou em julho, com o núcleo do índice de preços, que exclui alimentos e gasolina, em alta de 4,7% na base anual, após um aumento de 4,6% em junho.
O Fed tem como meta uma inflação de 2%.
Embora a inflação de bens esteja em desaceleração e as tendências de contratos de aluguéis recém-assinados sinalizem que a inflação de habitação também perderá força, a inflação de serviços básicos excluindo habitação até agora fez pouco progresso, disse Daly.
“Precisamos ver isso voltar aos níveis anteriores à pandemia se quisermos ter certeza de que podemos chegar a 2% de forma sustentável”, afirmou Daly. "Vou precisar ver alguma tração para chegar lá antes de me sentir confortável por termos feito o suficiente."
Ela destacou que as pressões de preço ainda são uma preocupação importante para as pessoas com quem conversa, e que os preços voláteis do petróleo e as preocupações com um possível ressurgimento da inflação imobiliária foram informações importantes para ela ao considerar os próximos passos.
Ela também disse que a economia está em desaceleração, mas que os ganhos de empregos ainda excedem em muito o que seria necessário apenas para acompanhar o crescimento da população.
"Defendi muito o aumento da taxa básica que adotamos e sou muito favorável a não projetarmos prematuramente o que faremos", afirmou ela.
Ela disse que a conversa está "longe" do foco sobre a possibilidade de cortes de juros, embora espere que seja hora de fazer essas perguntas no ano que vem.
(Por Ann Saphir)