Por Ryan Woo e Ellen Zhang e Bernard Orr
PEQUIM (Reuters) - O crescimento econômico da China está enfrentando desafios e problemas no quarto trimestre à medida que as restrições e nervosismo pela Covid-19 freiam ainda mais viagens e remessas, restringindo o consumo e o comércio na segunda maior economia do mundo.
As estatísticas de mobilidade - do tráfego de passageiros do metrô nas cidades e cancelamentos de voos ao manuseio de contêineres domésticos nos principais portos - pioraram em outubro, apesar da queda nos casos locais de coronavírus, sugerindo que as medidas preventivas da Covid-19 ou o medo dessas medidas ainda estão sufocando a atividade econômica.
A China relatou na segunda-feira uma expansão de 3,9% em sua economia no terceiro trimestre, mas os dados de setembro mostraram fraqueza nas importações de bens e nas vendas no varejo, refletindo sua demanda doméstica ainda moderada.
Mesmo assim, o consumo de bens e serviços das famílias foi responsável por mais da metade do crescimento do Produto Interno Bruto no terceiro trimestre, reforçando seu peso desmedido na economia.
A proporção de voos cancelados para voos regulares permaneceu elevada, subindo para 68,33% na semana de 18 a 24 de outubro, de 67,14% na semana anterior, segundo cálculos da Reuters com base em dados da consultoria de tráfego aéreo Variflight.
A movimentação de contêineres em oito portos principais caiu 7,3% entre 1º e 10 de outubro em relação ao ano anterior, em comparação com um aumento de 4,4% nos últimos 10 dias de setembro, em parte devido à piora do comércio doméstico, mostraram dados da China Ports and Harbors Association.
Um índice que mede o volume de negócios do transporte rodoviário de mercadorias caiu 26,2% em 21 de outubro em relação ao ano anterior, contra uma queda de 23,7% na semana anterior, de acordo com o Nomura.
Enquanto a China trava um guerra contra a Ômicron este ano, as autoridades intensificaram os testes de PCR nas populações locais e aumentaram os requisitos dos visitantes, diminuindo o desejo de viajar. As inspeções de mercadorias do exterior e de outras províncias também atrasaram as entregas por dias e até semanas.
(Reportagem de Ryan Woo, Ellen Zhang e Bernard Orr; Reportagem adicional de Eduardo Baptista em Pequim)