Por Stanley White e Leika Kihara
TÓQUIO (Reuters) - A economia do Japão encolheu mais do que o esperado no terceiro trimestre, afetada por desastres naturais e recuo nas exportações, em um sinal preocupante de que o protecionismo comercial está começando a afetar a demanda internacional.
Apesar do revés, o governo do Japão manteve a visão de que a economia continua a se recuperar de forma moderada, culpando tufões e um terremoto pela contração uma vez que eles fecharam fábricas e afetaram o consumo.
Mas analistas disseram que fatores isolados sozinhos não podem explicar a contração, apontando para recuos preocupantes nas exportações em meio à desaceleração da demanda chinesa e às consequências dos atritos comerciais globais.
"A mensagem é que a economia da China está enfraquecendo, o que significa que as exportações do Japão vão se recuperar lentamente e o crescimento vai estagnar em torno do primeiro semestre do próximo ano", disse Hiroaki Muto, economista do Cento de Pesquisa Tokai Tokyo.
A contração anualizada de 1,2 por cento entre julho e setembro foi maior do que a estimativa de queda de 1,0 por cento e seguiu-se a uma robusta expansão de 3,0 por cento no trimestre anterior, mostraram dados do governo nesta quarta-feira.
O resultado deveu-se principalmente ao recuo de 1,8 por cento nas exportações, maior queda em mais de três anos. Os gastos de capital, que haviam avançado 3,1 por cento entre abril e junho, caíram 0,2 por cento, na primeira queda em dois anos, mostraram os dados.
Analistas esperam uma recuperação no trimestre atual, mas alertam que ela pode ser fraca e que o crescimento pode estagnar no próximo ano, quando os apertos derivados dos conflitos comerciais se tornarem mais agudos.
"A economia do Japão pode desacelerar a partir de janeiro conforme a guerra comercial entre EUA e China se intensificar", disse Masaki Kuwahara, economista sênior do Nomura Securities.