Por Ann Saphir
(Reuters) - A economia dos Estados Unidos não alcançou o pleno emprego e provavelmente não chegará lá até 2024, de acordo com uma nota de pesquisa publicada nesta segunda-feira pelo Federal Reserve de San Francisco.
Com taxa de desemprego de 4%, recorde de vagas em aberto, escassez de trabalhadores e aumento dos salários, tudo aponta para um mercado de trabalho muito apertado nos EUA, o que os formuladores de política monetária do banco central dizem ser uma das razões pelas quais acham que é hora de começar a aumentar os juros no próximo mês.
Mas a participação na força de trabalho e a proporção entre emprego e população "estão bem abaixo da tendência, sugerindo que o mercado de trabalho está aquém da meta de pleno emprego do Fed", escreveram os economistas do Fed de San Francisco Sarah Albert e Robert G. Valletta na mais recente Carta Econômica do banco.
"Combinando a tendência de queda em ambas as séries com seu provável ajuste lento a um mercado de trabalho mais apertado, isso sugere que ambas atingirão seus níveis de pleno emprego a longo prazo em 2024", escreveram.
O Fed sinalizou que provavelmente começará a subir os juros em março, depois de mantê-los perto de zero nos últimos dois anos para promover a recuperação diante da recessão causada pela pandemia.
As autoridades dizem que a medida ajudará a conter a inflação, que atingiu seu nível mais alto em quase 40 anos.
Elas também têm afirmado que, com o mercado de trabalho tão forte como está, a economia não precisa mais do extraordinário nível de apoio que vem recebendo do banco central.
A pesquisa publicada nesta segunda-feira sugere que o mercado de trabalho pode se fortalecer se a pandemia em declínio permitir que mais mulheres e aposentados voltem ao trabalho.