SÃO PAULO (Reuters) - Economistas de instituições financeiras passaram a ver maior aperto monetário neste ano com a inflação praticamente em 9 por cento, além de piorarem a projeção para a atividade após novos sinais de resistência da alta dos preços e de debilidade econômica.
A pesquisa Focus do Banco Central publicada nesta segunda-feira mostrou que os analistas consultados passaram a ver que a Selic, atualmente em 13,75 por cento, será elevada em 0,50 ponto percentual na reunião de julho do Comitê de Política Monetária (Copom), quando antes viam alta de 0,25 ponto.
O detalhamento da pesquisa mostra que depois disso não há espectativas de que a taxa básica de juros sofra mais alterações, encerrando 2015 a 14,25 por cento, contra 14,0 por cento previstos na pesquisa anterior. Para 2016, eles continuam a ver a Selic a 12,00 por cento no final do ano.
Em relação à inflação, os especialistas consultados voltaram a revisar para cima, pela 10ª semana seguida, a projeção para a alta do IPCA ao fim deste ano, chegando a 8,97 por cento, contra 8,79 por cento na pesquisa anterior. Mas para o que ano que vem não mudou a perspectiva de que o IPCA encerrará a 5,50 por cento.
A expectativa para a contração do Produto Interno Bruto neste ano, por sua vez, passou a 1,45 por cento, contra queda de 1,35 por cento antes, na quinta piora seguida da projeção.
Em junho, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) acelerou a alta a 0,99 por cento, maior taxa para esses meses em quase duas décadas e acima do esperado.
Já o Índice de Atividade Econômica do BC (IBC-Br), espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), mostrou que a atividade iniciou o segundo trimestre com contração de 0,84 por cento em abril sobre março, pior do que o esperado.[nL1N0Z50XQ]
(Por Camila Moreira)