BRASÍLIA (Reuters) - Economistas esperam um rombo primário maior tanto para este ano quanto para o próximo, conforme relatório Prisma Fiscal de maio, divulgado nesta quinta-feira pelo Ministério da Economia.
Segundo a mediana dos dados coletados até o quinto dia útil deste mês, a expectativa para o déficit primário do governo central (Tesouro, Banco Central e Previdência) passou a 104,334 bilhões de reais em 2019, acima dos 100,456 bilhões de reais projetados em abril.
Mesmo com a piora, a estimativa continua distante da meta oficial de um déficit de 139 bilhões de reais para este ano.
De olho nas incertezas fiscais, membros da equipe econômica já afirmaram que, para o governo garantir o cumprimento da meta, terá que fazer novo bloqueio nas despesas do orçamento, após já ter congelado quase 30 bilhões de reais. O anúncio do novo contingenciamento será feito até 22 de maio.
Para 2020, a expectativa dos economistas consultados pelo Prisma é de um primário negativo em 73,851 bilhões de reais, acima do déficit de 68,974 bilhões de reais visto no mês anterior, mas também dentro, com folga, da meta estipulada para o exercício.
O alvo fiscal para 2020, segundo projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), é de um rombo primário de 124,1 bilhões de reais -- sétimo dado consecutivo no vermelho, numa mostra do forte desequilíbrio entre receitas e despesas no país.
Como fruto desse descasamento, a dívida vem continuamente crescendo em relação ao Produto Interno Bruto (PIB).
A expectativa é que feche 2019 em 78,2 por cento do PIB, mesmo patamar visto em abril, apontou o Prisma. Já para 2020 a conta foi piorada a 79,45 por cento do PIB, sobre 79,36 por cento do PIB em abril.
(Por Marcela Ayres)